Friday, December 31, 2010

Feliz ano!

Sei que tô relapsa ultimamente e escrevendo pouco. O último mês foi corrido, e estou no Rio desde o dia 22, o que torna quase impossível parar pra escrever.
Mas hoje, dia 31 de dezembro, é sempre de muita reflexão sobre o ano que termina e planos e expectativas pro ano que vai começar. Então aqui estou.

2010 começou difícil com quebra dos dois pulsos, seguida de muito paparico de marido, família e amigos. Teve mudança pra LA, viagem por China e Japão, primeiro aniversário oficial de casamento, só pra mencionar algumas coisas. Foi ano de despedidas principalmente com a saída de Sao Francisco, e também de muitas descobertas. Primeiro ano completo morando junto, um exercício e uma benção. Foi também o ano de começar esse blog. Significou a quebra de uma barreira uma vez que sempre tive vontade mas faltava a coragem, e significou também a descoberta dessa atividade de escrever que me dá muito prazer e que fica mais completo com os comentário de vocês, e por isso sou muito grata.

Hoje fiz minha listinha de resoluções pra 2011. Como diz meu marido, é meio desperdício ter que esperar uma ocasião que só ocorre uma vez por ano pra fazer resoluções. Mas eu funciono assim, preciso de um empurrãozinho pra me dar o tempo pra focar e pensar no que eu vou fazer, pra definir a rota da minha viagem ao invés de deixar o barco à deriva. Guardo a listinha pra mim e comigo o tempo todo e me sinto bem de ter sonhos e objetivos. Recomendo.

Umas das minhas resoluções recorrentes é sempre tomar as rédeas da minha vida. É facil esperar algo dos outros, culpar as situações pelos infortúnios, se sentir na desvantagem. O difícil é realizar que nosso destino tá nas nossas mãos, que se a gente acreditar e mergulhar de cabeça as coisas acontecem. Independente da chuva, do desencontro ou do vacilo dos outros. E mesmo que aconteçam de forma diferente do esperado, cabe a nós reagir da melhor maneira e tentar fazer limonada do limão.

Feliz ano novo pra VOCÊ. Que 2011 seja a continuidade de um caminho repleto de descobertas, auto-conhecimento, prazer, saúde. Pouco juízo, muito risco. Muito papo bom, muito riso e muito choro. Muito cinema interessante, muita música boa de chorar, muita comida de salivar, muito chopp de gelar a garganta, muita paisagem de energizar a alma, muito riso de criança de arrepiar, e muito mais. E muito foco na sua felicidade, pois ela SÓ depende de você.

Muitos beijos e abraços apertados.
Feliz ano novo!


Tuesday, November 30, 2010

Sobre a última visita ao Brasil

Gente, desculpem o sumiço. Foi uma junção de muito trabalho, viajens e sinceramente, falta de inspiração.

Passei as duas últimas semanas no Brasil, o que sempre resulta em um turbilhão de emoções. Essa vez não foi diferente, muito pelo contrário.

Pra começar, algumas das minhas mais queridas amigas e amigos tiveram nenem nos últimos meses. Foi incrível não só conhecer as crianças, mas conhecer as mamães e papais. Gente que virou adulto de uma hora pra outra revelando uma nova versao de si. Conheci um novo lado de pessoas antigas, mas que quando têm uma brecha mostra sinais do bom e velho conhecido. Muito diferente pra cada um, pra cada casal.

Aí teve o tropa de elite 3 (D). Justo essa semana, o Rio de Janeiro estava um campo de batalha. Polícia invadindo favelas e TV Globo filmando fuga de dezenas de marginais pelo mato, de chinelo no pé e metralhadora na mão. Ruas desertas e povo assustado, mas finalmente esperançoso de que algo vai mudar pra melhor. Cada história punk, inclduíndo da Elza que mora na Penha e relatou seus netos ligando aos prantos ao ouvir barulho de bomba na redondeza. Ela, como sempre, contava tudo rindo e debochando da realidade, provavelmente pra espantar o medo. Agora é esperar pra ver, anda ou desanda de vez.

Pra completar, tem a família. Dessa vez tava completíssima por conta do casamento que reuniu gente de todo canto. Muitas emoçoes (como diria Roberto) e expectativas, muito tempo com sobrinhos inacreditáveis e é claro, reflexões sobre o constante dilema de morar fora. Cada dia fora é um dia a menos com meus pais, irmãs e sobrinhos. Dias que nunca voltarão. Será que vale à pena?

Bom, agora de volta ao trabalho. Em dezembro volto ao Rio com mais calma. Onde vai ser o(s) chopp (s)??

beijos

ps: sempre que vou ao Brasil descubro pessoas novas que visitam meu blog, fico tão feliz:)

Saturday, October 30, 2010

Resumo de Tokyo

- CIVILIZACAO. Tudo é limpíssimo, moderno e funciona.

- 6 latas de lixo diferentes no escritorio do Google (uma pra garrafas, outra pra latas, outra pra restos de comida, outra pra papel etc)

- Distancia entre meu hotel e o metrô: 7 minutos. Tem um passarela.

- Ninguém empurra

- Horário do trem é marcado no segundo

- As pastries sao simplesmente maravilhosas e lindas

- Todos os restaurants sao: JAPONESES!

- O povo é muito simpatico e helpful

- As palavras que não existiam originalmente no vocabulário japonês resultam de uma versao japonesada do ingles. Ex: cerveja (beer) = biru, copo (glass) = garasu, escada rolatne (escalator) = esukareta. Strabucks= sutabakusu


Lucas chegou ontem e fomos num restaurante japones (obvio) maravilhoso. Hoje fizemos turismo mas tava chovendo MUUUUUITO!!! Amanha o plano é ir a Kyoto, depois conto como foi.


beijos

Thursday, October 21, 2010

Primeiras impressões

Conforme disse no meu último post, tô numa volta ao mundo, visitando os escritórios do Google em Sydney, Shanghai e Tokyo.
Passei os últimos 5 dias em Sydney que é lindíssima, mas eu já conhecia. Reencontrei uma amiga querida do tempo da UFRJ e primos distantes que tinha conhecido na minha outra ida a essa cidade. O escritório do Google é lindo e tem uma sala de descanso com rede e tudo.
Hoje acordei e peguei um vôo de 11h na Eastern China rumo a Shanghai. Acabei de chegar no hotel, são quase 10 da noite e estou acabada, mas não podia deixar passar esse dia sem registrar minhas primeiras impressões da China.
Já no vôo a situação foi a seguinte. Atrás de mim tinha uma família com duas crianças que não pararam um minuto. Ao meu lado, um senhor chinês, daqueles que dorme sorrindo, tipo Mr. Miagy do Karatê Kid. Uma paz. Na fileira ao lado uma mãe e filho que literalmente se estapearam. Eu obviamente não entendi nada da discussão, mas todos os chineses em volta olhavam sem parar e sem fazer a menor questão de disfarçar.
Assisti dois filmes. Um sobre a história do mestre do Bruce Lee que derrotou um boxeador do ocidente. O outro sobre uma gang de assaltantes. Tudo em chinês.
Mas o mais engraçado foi quando a aeromoça anunciou (em chinês primeiro, seguido por um inglês respeitável) que a ginástica iria começar. Os passageiros em massa se concentraram e se puseram a repetir os exercícios mostrados na telinha, hora por uma atriz vestida de aeromoça, hora por um grupo de dançarinos em um parque qualquer da China. Tive certeza da adesão quando o exercício levava as pessoas a levantarem os braços. Eram mão voando por todos os lados, muito engraçado!
Chegando a Shanghai, aeroporto super moderno. Deu um frio na barriga, tudo tão diferente, das letras na placas, às fisionomias. Não sabia e continuo sem saber o que esperar, o que é igual ou diferente do Ocidente. Foi aí que, ao sair com a minha mala, vi aquela multidão de pessoas esperando parentes queridos retorarem de suas jornadas. Igualzinho ao Galeão. Uma sensação tão conhecida numa terra tão estranha.
Peguei um taxi pra cidade que fica a 30km de distância. Já tinha ouvido falar dos arranha-ceus daqui, e do visual da cidade a noite, mas tenho que admitir que me surpreendi. Todos os prédios tem algum tipo de iluminação, sejam luzes brancas no topo, ou neons coloridos em formato de coreografia como a árvore de natal da Lagoa. Deixa Times Square no chinelo.
Detalhe: não to conseguindo entrar no Facebook. Será que é bloqueado?
Bom, vou dormir. E vou dando notícias.
beijos

Friday, October 15, 2010

Back to the basics

Semana passada tive um curso de quatro dias sobre liderança. Eramos 30 gerentes de 7 empresas diferentes. Fiquei surpresa e feliz com o fato que passamos mais da metade do tempo aprendendo a importância de ouvir. Algo tão básico e óbvio, mas que vamos desaprendendo com o tempo.

O nome pomposa pra teoria é Reflective Thinking. Ensina que temos dois tipos de pensamento: refleXivo e refleCTivo. Reflexivo vem de reflexo, ou seja, uma imediata reação ao que escutamos baseada nos nossos instintos. Os instintos, adquirimos com o tempo, em função de nossas experiências. Se alguma vez brincamos com fogo e nos queimamos, nosso cérebro assume que toda vez que brincarmos com fogo, a gente vai se queimar, portanto nossa reação racional é ficar longe dele. O pensamento reflexivo tem o mesmo conceito. Em função de situações que experimentamos no passado, temos a tendência a rapidamente tirar conclusões sobre coisas que nos estão sendo ditas, sem necessariamente entender as particularidades daquela situação e as reais motivações daqueles com quem estamos conversando. E ainda vamos além, tendemos a rapidamente formular um plano de ação. E uma vez formulado, ignoramos novas informações. Resultado: interpretações erradas e planos que não resolvem a situação.

Você deve estar pensando: “eu não faço isso”. Eu também pensava. Até fazer algumas simulações que foram filmadas, e depois ver com meus próprios olhos como esse comportamento ficou óbvio. E o mais surpreendente, o mesmo aconteceu com os outros 29 participantes do curso. Todos profissionais bem sucedidos de nível genrencial. Foi um balde de água fria.

O pensamento refleCTivo é quando tentamos nos ater aos fatos relatados, e baseados apenas neles, tentamos entender o ponto de vista da outra pessoa. É basicamente fazer as perguntas certas SEM PRÉ-JULGAMENTO antes de chegar a conclusões. Parece óbvio, mas não é, porém é muito eficaz. Estou simplificando a teoria, afinal passei mais de dois dias batendo nessa mesma tecla, mas recomendo a todos fazerem ao menos uma perguntinha a mais quando estiver pronto pra sair dando soluções pro comentário dos outros. Muitas vezes o outro não quer a solução, só quer conversar e ser entendido.

Esse episódio me fez pensar também na Técnica de Alexander, um conceito que minha irmã Gabi estuda e ensina. Em linhas gerais diz que quando somos pequenos, temos a postura correta e usamos nosso corpo da forma mais apropriada. Ex: se uma criança tem que pegar algo que caiu no chão, ela naturalmente dobra o joelho pra nao forçar a coluna. Com o tempos vamos desaprendendo essas coisas básicas, e estragando nossa postura.

Os dois são casos de maus hábitos que adquirimos com o tempo, e que na minha opinião, temos que tentar eliminar e voltar ao básico.

……..

Mudando de assunto, to saíndo pro aeroporto rumo a uma viagem pra visitor os escritóriso do Google em Sydney, Shanghai e Tokyo. Ficarei lá por duas semana, e assim que der, posto novidades por aqui. Se alguém tiver alguma dica sera muito bem vinda.

Beijos, arigatô.

Monday, October 4, 2010

E as eleiçoes?

Eu como blogueira novata me sinto na obrigação de escrever sobre as eleições. Tenho pensado sobre isso, e sinceramente não sei que viéis tomar. É claro que eu poderia passar páginas e páginas registrando minha indignação com a eleição do nosso palhaço Tiririca e seus amigos, com os 30 + % de votos na Weslian Roriz, com Romarios, Garotinhos etc, sem falar na Dilma, que felizmente não levou de primeira, mas ainda tá perigando.

Mas esses temas já estão mais que cobertos por aí, eu não teria muito pra acrescentar, e esse post seria totalmente deprimente.

Então resolvi escrever sobre como me senti nesses últimos dias. Já fazem quatro anos que não voto, desde que me mudei pros EUA, e nunca me preocupei em encarar a burocracia necessária para exercer minha obrigação e direito daqui. Esse ano pela primeira vez me arrependi. Apesar da vergonha de possibilidades escancaradas no programa eleitoral, eu gostaria de ter contribuído pra fazer o cenário um poquinho menos pior.

Acho que a possibilidade de Dilma no poder foi um dos fatores que me fez querer votar, mas mais ainda foi ver meus amigos, muitos dos quais nunca nem quiserem ouvir falar de política, engajados em defender seu ponto de vista. É claro que o facebook foi mais uma vez o mensageiro, mas fiquei impressionada e orgulhosa ao ver a minha geraçao querendo fazer um Brasil melhor ao invés de simplesmente reclamar que tá tudo horrivel e nao tem jeito de melhorar.

Enfim, eu não gosto e quase não entendo de política, detesto discutir assuntos quando só sei uma parte da história e não quero entrar em debates sobre preferencias, mas que queria ter votado no Serra, isso queria…

Aproveito a oportunidade pra dividir um dos piores (ou melhores) videos dessa temporada eleitoral, que vi pela primeira vez no perfil do FB da Flaivia e quase me fez chorar.
bjs


Wednesday, September 15, 2010

Afinal, o que é importante?

Quando tenho algo importante pra fazer, principalmente se for relacionado a trabalho, fico ansiosa, stressada, não consigo desconectar. Eu tenho plena consciencia de que essa ansiedade não ajuda em nada, mas por mais racional que eu tente ser, é mais forte que eu.

Resultado: fico com inveja da arrumadeira, do jardineiro e de todos esse profissionais que tem seu trabalho de 9am as 5pm, com tarefas simples e operacionais. Tem noção? Nada contra essas profissões, mas eu fico achando meio surreal eu almejar isso…

Aí vem a pergunta: meu trabalho é mesmo estressante, ou sou eu que acho qualquer coisa importante demais e levo tão a sério que me tira o prazer de trabalhar?

Essa semana eu tava numa reuniao debatendo sobre uma apresentação que estava preparando para uns bam-bam-bans do Google. Estávamos quebrando a cabeça pra decidir o que e como apresentar, até que uma menina soltou o seguinte comentário “ainda bem que esse esforço todo é para curar cancer”. Começamos todos a rir.

Então, eu não estou trabalhando para curar cancer, nao estou lidando com casos de vida ou morte, não sou médica nem advogada, portanto no fundo no fundo, nem a mais importante das minhas tarefas é tão importante assim… Não tô qurendo diminuir meu trabalho, mas to tentando convencer a mim mesma que tem coisas importantes, e coisas I-M-P-O-R-T-A-N-T-E-S, e que achando as coisas importantes muito IMPORTANTES a vida fica mais chata e complicada.

Moral da história, é melhor eu aprender a diferenciar a importância das coisas, caso contrário até um emprego de jardineira vai me tirar o sono.

Ai, preciso voltar pra Yoga urgente!

beijos

Saturday, September 11, 2010

Have a great life!

Hoje tava andando de bike e um senhor nos seus 70 anos, com uma pinta até de morador de rua, passou por mim. Ele pediu informação sobre one ficava um hospital e eu como novata na area não sabia. Mesmo assim ele respondeu com um “thank you, have a great life sweetheart”.

Gente, “have a great life” é tudo de bom. O que pode ser melhor que isso? Uma great life é muito mais que uma vida de alegrias e realizações. É uma vida completa, com dificuldades e aprendizado e crescimento. E só depende da gente fazer a vida ficar great. Acho o máximo um estranho desejar algo tão grande pra alguém.

Anyways, pode ser bobeira e ele epode ter falado da boca pra fora, mas made my day.

Beijos….& have a great life!

Wednesday, August 25, 2010

By the way...

Minha mãe me perguntou hoje que fim levou nossas conversas com os vizinhos, e eu me toquei que deveria comparilhar com todos.
Respondemos ao gesto fofíssimo deles com um thank you card e os convidando para tomar um vinho na nossa casa. Eles vieram na semana seguinte. Foi uma delícia. Os dois são super gente boa, tranquilos e divertidos. Ele trabalha com pós-produção de cinema, ela faz PhD em arquitetura.
Ele é judeu, ela não. Estão casando em duas semanas.
São da nossa idade e íntimos do gato que ronda nossa vizinhança. Inclusive nos alertaram que ele só come atum importado.
Enfim, acho que podem ser nosssos primeiros amigos de LA.
beijosssss

Race to Nowhere

Mais um do bons tratos do Google: um grupo chamado filmmakers at Google organiza eventos pra pessoas interessadas em cinema. Eu fico de olho na programação, e de vez em quando participo, como foi o caso ontem.

Assistimos o filme chamado Race to Nowhere. É um documentário produzido por uma ex-advogada de Wall street, mãe de três filhos, que resolveu tomar uma attitude perante situação muito difícil que estava impactando sua família, assim como a milhares de outras famílias americanas e em outras partes do mundo. Resolveu fazer um filme sobre o sistema de educação.

Sua filha pré-adolescente que era uma criança feliz e cheia de sonhos, derrepente começou a se fechar e perder o brilho nos olhos. Uma mudança tão profunda que certamente marcará sua vida pra sempre.

O filme mostra entrevistas com adolescents, pais, professores, psicólogos, médicos e especialistas do sistema de educação Americano. São 85 minutos de relato sobre a infelicidade de crianças e adolescentes, causada pelo stress a que elas são submetidas por professores, pais e toda a sociedade Americana.

Crianças de 5/6 anos são testadas varias vezes por semana. Adolescentes passam 7h por dia sentados na sala de aula pra chegarem em casa e enfrentarem mais 4 horas de dever, sob a pressão de serem reprimidos por seus pais, colegas e professores em caso de resistência à pesada carga de estudos que não deixa tempos pras elas brincarem e se descobrirem.

Essas crianças não tem a oportunidade de falhar. Muito pelo contrário, começam a competir desde cedo por uma vaga nas melhores universidades do país. O passaporte pra felicidade depende não somente de suas notas na escola que têm que ser perfeitas, mas também de sua performance em esportes, sua participação em atividades extra-curriculares, trabalho voluntário em suas comunidades, e a lista continua.

Essas crianças aprendem a fazer o que for preciso pra passar nos exames, incluindo colar nas provas ou deveres de casa, tomar litros de cafeína. Viram profissionais em decorar o conteúdo dos testes, só pra esquecer em menos de uma semana. Habilidades importantes como aprender a questionar os conceitos, aprender a arriscar e dar a volta por cima em caso de erros, criatividade, trabalho em equipe, nada disso é ensinado ou encorajado.

O resultado é não somente crianças e adolescente literalmente doentes, com insonia, anorexia e dores de cabeça crônicas devido ao stress, mas também indivíduos que deixam de seguir seus sonhos e vocações pra buscar um futuro desenhado por estranhos: o sucesso.

Mas afinal de contas, o que é sucesso? Nas escolas, sucesso é medido pelas notas. No mundo adulto, é medido pelo cargo, salário, carro. Mas onde fica a felicidade nessa história? Qual a ferramente usada pra medir felicidade? Estamos todos condicionados a buscar o sucesso determinado pela sociedade, como se todos fossemos iguais, tivessemos os mesmos dons e ambições, mas claramente esta não é a realidade. Estamos cada vez mais almejando o que os outros impoem, racing to nowhere.

Certamente essa realidade não se aplica a 100% das escolas ou famílias ou crianças, mas pelos comentários da produtora do filme, que ficou 2 anos pesquisando o assunto, é mais frequente do que podemos imaginar ou aceitar.

Dá um medo pensar só de pensar na possibilidade de ser mãe e ter que enfrentar isso tudo.

E aproveitando, um comentário não exatamente no mesmo tópico, mas que acho que tem uma boa conexão. Esse final de semana fui assistir o novo filme da Julia Roberts, “Eat, Pray, Love”, baseado no best seller de mesmo nome. Pra muitos que leram o livro, o filme foi decepcionante. Pra mim (que não li), foi excelente. É a história de uma escritora que começa a se desencantar com a vida e perde o contato com si mesma, portanto resolve largar tudo e passar um ano eating, praying and loving ao redor do mundo em busca do sentido de sua vida.

Acho que o assunto da escola e da educação em casa é grande responsável pela desconexão que alguns de nós temos com os nossos instintos, desejos, com o nosso particular significado de felicidade. Desconexão esta que se arrasta pela infância, adolescencia e vida adulta. Aqueles que tem coragem suficiente, largam tudo o que é secundário como trabalho, casa, rotina etc, pra buscar o básico: o conhecimento de si mesmo e a felicidade interior. Tem uma passagem do filme onde perguntam pra protagonista qual a palavra que melhor a descreve. Ela diz “escritora”. Os amigos retrucam: “escritora é a sua profissão, não o que você é.” Somos muito mais do que a nossa profissão ou conta bancária ou boletim.

Qual a sua palavra?

Ai, tô muito cabeça hoje...

Abaixo o trailer do "Race to Nowhere". Se quiserem saber mais sobre o filme, www.racetonowhere.com.

Beijos



Saturday, August 7, 2010

Gentileza tá fora de moda

Nesse mundo agitado e apressado de hoje em dia, sinto que cada vez mais as pessoas estão focadas em seus próprios objetivos, e em chegar lá o mais rápido possível. Seja no trabalho ou na vida pessoal, acaba sobrando muito pouco tempo pra dar uma desviada, olhar em volta e voluntariamente fazer coisas que não nos trazem um benefício diretíssimo ou que estão ligados aos nossos gols e ã lista de afazeres do dia a dia. Acho que resumindo, tá faltando tempo pra gentilezas.

Somado a isso, as relações estão cada vez mais virtuais. As pessoas se conhecem através de sites de relacionamento, mantém o contato por email ou facebook, fazem compras sem sair de casa, e por aí vai. Estamos cada vez mais auto-suficientes e nos desconectando das relações humanas.

Pois ontem fui supreendida muito positivamente com uma gentiliza old school e inesperada. Lucas tava saíndo de casa pra tirar o lixo e se deparou com um presente pra gente na porta de casa. Nosso novos vizinhos deixaram um vidro lindo de azeite e um cartão de boas-vindas. Um ato tão simples despertou coisas tãaao boas. Não só fiquei me sentindo muito bem vinda na vizinhança, com já gostei demais desses vizinhos. Quero convidá-los aqui pra casa, conhece-los melhor.


Talvez se a minha avó lesse esse texto, ela acharia sem sentido eu escrever sobre isso, pois talvez pra ela fosse tão óbvio que se um vizinho novo entra no prédio, nada mais natural do que dar-lhe as boas vindas. Porém atualmente as coisas estão diferentes. É a falta de tempo, mas também é quase estranho fazer um gesto assim pra alguém que não se conhecesse. É mai fácil ficar longe e manter o individualismo, ou no máximo mandar um email de boas vindas, ou uma mensagem no facebook. Mas escrever um cartão e colocar um presente na porta do outro acabou ficando muito fora de moda e quase estranho. Infelizmente.

Agora tô aqui pensando como retribuir. Não vou negar que me passou pela cabeça pedir o email deles pra gente combinar virtualmente um jantar aqui em casa, rs. Aceito sugestões…

Friday, July 30, 2010

Balanço da primeira semana em SoCal

Em primeiro lugar, para os raulies que não sabem o que é SoCal = Southern California, minha nova morada.

Hoje completo uma semana por aqui, então resolvi fazer um balanço dos highlights e lowlights so far.

Enjoy!

Highlights:

  • Clima: Aparentemente esse verão tá mais frio do que o habitual, mas mesmo assim não dá pra comparar com São Francisco. Lá invariavelmente fica frio seja na sombra, seja quando anoitece, ou mesmo no sol. Aqui tá uma delícia, como é bom sair na rua sem precisar ficar toda encolhidinha!!
  • Home sweet home: Nossa casinha ainda tá bagunçada, mas vai ficar show. É linda, espaçosa e tem uma mega varanda que já já vai ganhar uma churrasqueira e uma hortinha. E, muito importante, tem quarto de hóspedes pra vocês!
  • Bike to work: Ai, não dá nem pra descrever a melhora na qualidade de vida. Trocar mais de 1h no ônibus pra ir e voltar do trabalho, por 10-15 minutos na bike, não tem preço. Parece que meu dia tem 30 horas. E apesar da preguicinha de manhã, é muito bom chegar no trabalho após uma pedalada, ao invés de após uma hora de bunda quadrada no ônibus. Tudo de bom! Abaixo a foto da possante!
  • Ginástica: O Google tem convênio com uma mega academia, na beira da praia, que tem mil auals de Yoga e spinning. Lucas e eu teremos o maior descontão na mensalidade.
  • Ouvir MPB FM no computador! Essa não é particularidade de LA, mas fui abençoada com essa novidade quando já estava aqui, então fica de bônus.
  • Praia logo ali.

Lowlights:

  • Primeira aula na academia: eu era DE LONGE a pessoa mais gorda. Meio deprimente.
  • Fauna ao redor da minha casa. Esquilo é fofo, mas longe de casa. Na porta do nosso prédio tem uma amendoeira, então é lotado de esquilos. E eles ficam passeando pela minha varanda. Já tô imaginando eu saíndo do meu quarto e me deparando com um bichinho desses no corredor. Que meda! Tem também um gatinho cinza que fica rodeando o prédio e miando pra mim. Não sei se ele tá perdido ou passeando, dá uma peninha mas não sei o que fazer... Abaixo o skilinho.

  • Anti-green: depois de 2 anos em Sao Francisco fiquei chocada na minha primeira visita ao supermercado Santa Moniquense. Além de não ter quase nada orgânico, as compras foram embaladas em sacolas plásticas, objeto em super extinção la no norte. É praticamente uma heresia.
Como vocês podem perceber, a lista de highlights tá ganhando. Acho que vou gostar daqui….

Tuesday, July 20, 2010

É hoje!

É hoje que eu complete tginta e tges, e aniversário é sempre divertido. Mas esse é apenas um dos motivos pelo qual hoje É o dia.

Hoje é também minha última noite em Sao Francisco. Amanhã os movers vem e levam tudo embora. Aí é mais um ciclo que se fecha, uma cidade que passei e que passou por mim, com suas pessoas, lugares, experiencias e expectativas.

Foi aqui que:

- fui pedida em casamento com direito a caminho de pétalas pela casa toda e descobri o prazer de dividir a vida com quem se ama


- entendi o que é liberdade de expressão e percebi com a sociedade carioca tem fama de prafrentex porque no Rio pode usar biquini fio-dental e beber cerveja na rua, mas na verdade é mais careta que o mais careta dos Sao Franciscanos




- fui despedida pela primeira vez (se voces lembram do meu post sobre meu trabalho voluntário)

- Lucas e eu ficamos famosos e viramos capa de revista

- o leaning movement começou

- assisti a um dos melhores shows da minha vida, com direito a Pearl Jam, Dave Mathews, Black Eyed Peas, e companhias ilustres e queridas vinda do Brasil



- aprendi a gostar muito de vinho, apesar de continuar sem entender nada a respeito

- finalmente tive coragem e inspiração pra começar meu blog….

E muito mais!

Hoje também é o dia do amigo. Então aproveito pra agradecer e abraçar meus queridos amigos (e vocês sabem que vocês são...) por todo carinho, suporte, risadas, broncas, enfim, pela amizade.

Agora é rumo a Los Angeles, um pouquinho triste por deixar a cidade linda e única que é Sao Francisco, mas curiosa e animada pra continuar aprendendo e vivendo. E é obvio, pela possibilidade de encontrar o Mathew McConaughey pelas ruas de Malibu.

Abaixo a foto que nossos amigos de SF emoluduraram e deram pro Lucas e pra mim na nossa festa de despedida. São palavras baseadas em mensagens que eles escreveram pra gente.



SF, we will miss you, thanks for everything!


Wednesday, July 7, 2010

De quem é a copa?

Pra nós, torcedores e assalariados, a copa é uma festa. Ainda mais no Brasil, país que tem muito pouca oportunidade de ser o centro das atenções internacionais por um motivo positivo. Mas pra quem depende de vendas ou prestação de servicos pra juntar uns trocados, a copa não é lá essa maravilha. O movimento cai e não tem promoção ou campanha de marketing que resolva.

Na semana passada estávamos revisando a receita do Google e uma americana lança a pérola que não via a hora do Brasil sair da copa. Não preciso nem dizer qual foi a minha reação, rrrrrrrr. Mas no fundo é compreensível. Durante os jogos e comemorações, as pessoas não somente deixam de ir ao medico, comprar roupas etc, mas também de fazer buscas na internet e clicar em anúncios (que pra quem não sabe, é como o Google ganha dinheiro).

Por outro lado, tem sempre os comerciantes de Vuvuzelas que se beneficiam com o momento pra fazer um extra, e isso é esperado. O inesperado pra mim foi o fenômeno Facebook. Quem poderia imaginar a uns anos atras que durante a copa de 2010 os torcedores ficariam tão conecatados nas partida quanto na internet? Que no meio da bagunça e euforia, sobraria atenção, e muita diga-se de passagem, pra dar uma postadinha sobre as impressões do jogo e responder aos comenários virtuais dos “amigos”. Resultado: não somente o Facebook foi minha fonte de informação número 1 sobre os jogos que eu não assisiti, mas também eu tive a oportunidade de comemorar gols e lamentar derrotas em compania de amigos no Rio, Portugal e NY. O jogo final ainda não aconteceu, mas pra mim o resultado já foi definido:a copa é do Facebook.

Nos “vemos” virtualmente no domingo, quando serei Espanha desde criancinha!

Beijos!

Friday, June 25, 2010

A gangorra da vida

Ha precisos 10 anos atraz eu tava no auge da felicidade, de namorado e emprego novo. Meu pai como bom protetor que é, me alertou: filha, aproveita, mas lembre-se sempre. A vida tem altos e baixos, hoje tá tudo ótimo, mas amanhã a maré vira, e depois acalma de novo e por assim vai.

Apesar de óbvias, as palavras continuaram comigo, e se por um lado cortam um pouco o barato na hora da euforia, resgatam do fundo do poço na má fase.

A duas semanas tive um dia de cão. Fui ao médico pra ver como estava o progresso do meu pulso e recebi a notícia inemaginável que por conta de uma complicação eu talvez tenha que operar novamente. Como se não bastasse, cheguei no trabalho e descobri que a menina que eu tinha acabado de contratar mudou de idéia e decidiu ir pra outra empresa. O apartamento que estávamos fechando em Los Angeles não rolou, tive ainda uma reunião péssima e briguei com o Lucas por bobeira total a noite.

Fast forward uma semana, sexta-feira seguinte. Fechamos um apartamento maravilhoso em LA, conseguimos estender o aluguel do atual ap por um mês pra acomodar a data de disponibilidade do outro, tive uma reunião ÓTIMA, jantar gostouso com amigos, copa do mundo rolando. Tudo correndo bem, feliz.

Enfim, fiquei pensando com o a vida é essa gangorra e depois da tempestade sempre vem a bonança…. Viva a bonança!

Tuesday, June 8, 2010

As Copas dos Mundos

Parece que foi ontem a copa de 2006. Época de transição, a vida era gym, squash, andanças por ipanema numa terça-feira a tarde, baladas mil, relacionamento indefinido, uma consultoria aqui, outra ali. Não tava trabalhando firme porque pedi demissão da Vale assim que soube que fui aceita no MBA. Rio 40 graus. Emocões a todo vapor. Muito medo de mudar. De país, de profissão, de amigos, de amores. Muita vontade de mudar isso tudo também. Despedida da casinha da Gávea, com direito a vários eventos “interessa”, festinha com amigos amados, recadinhos nas paredes e barril de chopp que durou dias…. Ai que tempo bom aquele da Gávea, casa branca, varanda com vista pro mar, Corcovado, pão de açucar,vizinho, vários eventos, amigos, acontecimentos.









A copa foi meio estranha. Eventos mil, festinha na casa da Talita, na minha casa, no JB, no BG…… Mas também uma sensação constante de despedida e um mega coração partido.


Fast forward quatro anos. Minha vida é a seguinte: gym continua sempre, andanças pelos bairros de Sao Francisco mas só no final de semana, pouca balada, casadíssima deliciousness, empregadíssima. Sao Francisco MENOS 40 graus, ainda medo de mudar, provavelmente da vida do “eu” pra vida do “nós” no plural além de 2, pois o só de dois já tirei de letra. Despedida da casinha da 24th street in Sao Francisco, rumo a Los Angeles. Barril de chopp sempre por perto, agora eterno já que temos nosso próprio :)

Entre uma copa e outra completei 30 anos. Foi bem estranho pois apesar da minha vida estar ótima naquela época, ela estava totalmente differente do que eu tinha idealizado pros meus 30. Ao invés de ser a funcionária padrão, casada, com filhos, morando no Rio, eu tava congelando em Chicago, levando vida de estudante, e solteiríssima na balada. Mas sem eu esperar ou perceber as coisas foram mudando, e agora na copa de 2010 cá estou eu, funcionária padrão e casada. Ainda bem diferente do que eu tinha imaginado, mas ótemo. O que sera que vem depois? hehe

As copas tem sido momentos de transição, em 2006 foi de país, em 2010 de cidade, de SF pra LA. O evento de despedida não poderia ser nada mais nada menos do que juntar a galera pra ver Brasil vs costa do marfim 20 de junho (aniversario da Lora!!!).

Copa que vem será no Brasil e aí o bicho vai pegar. Engraçado pensar em como sera minha vida em 2014. O tempo passa, algumas coisas continuam intocadas, outras totalmente diferentes. Em quatro anos tudo muda, mas nada muda. Adicionei cores e amizades, mas continuo muito verde e amarela, continuo Sa, Dé, Ila, Ci, Lora, Leah, galera do pitú… Continuo Clipper e Bracarense. Mas sou também Luquinhas, Nilo and Scott, Dubliner and Range. Voltando pro assunto de um post anterior,copo meio cheio ou meio vazio.

Anyways, o importante é que trouxemos do Brasil blusa, bandeira e corneta, e vamos mostrar pra SF o que é que a baiana tem!!!

beijos

Monday, May 24, 2010

Rio is bombing!!

Gente,
Só um post rapidinho pra registrar que apesar de parecer que desertei minha cidade natal, ainda sou uma carioca muito "coruja"!

Tô muito empolgada pois acabei de ficar sabendo sobre o novo desenho animado 3D que será lançado em 2011. O nome é "Rio". É a história de uma ave de Minessota que resolve passear no Rio de Janeiro. Entre as vozes dos personagens estão artistas consagrados como Anne Hathaway e Rodrigo Santoro.

Rio is bombing!

beijos
Barbara

Friday, May 21, 2010

Google top ten

Nunca entendi esse povo que vive e respira a empresa que trabalha. Conheco gente que trabalha na Pepsi e nao deixa Coca entrar em casa, que só põe gasolina se o posto for Shell, que nem passa na frente da Target pra não trair o Wall Mart. Talvez por que a minha maior experiencia de trabalho tivesse sido na Vale, que tem um produto tão frio e afastado do consumidor, esse conceito de vestir a camisa era louco . Mas após um ano e meio no Google, virei fã de carteirinha. Sou tão orgulhosa do meu empregador que tô pagando o mico de fazer um blog post só dedicado a isso.

Mas pra voces nao acharem que eu sou essa baba ovo sem motivo, aqui vão as top 10 reasons why I love google (não necessariamente em ordem):

· Pelo segundo ano consecutivo, os cabritos subsituíram as máquinas na função de aparar a grama. Green e divertido. http://googleblog.blogspot.com/2010/04/goats-are-baaaahk.html
· Na época que a economia esta de mal a pior, a companhia apertou os cintos assim como o mundo todo. Mas logo que as coisas comecaram a melhorar, sem mais nem menos, distribuíram envelopes com US$1.000 para todos os funcionários como demonstração de agradecimento por todo esforço e trabalho. Foi uma boa sexta feira!
· No campus que eu trabalho, são mais de 15 restaurantes temáticos. Café da manha, almoço e jantar gourmet, grátis e com direito a quentinha pra levar pra casa. Exemplo das gostosuras: croissante de chocolate de manha, carneiro com molho de menta no almoço e linguini com camarão no jantar. Difícel é manter a forma…
· ….nem tanto. Tem gym free, com direito a equipamentos, aulas de Yoga, step, spinning, capoeira, bollywood, swing, tudo gratis e a 100m da minha mesa.
· Cansou com tanto exercicio? Tem nap stations e massagem baratinha no prédio que eu trabalho.
· Bring your kid to work day: ainda nao usufruio, mas mês passado todo mundo trouxe seus filhos pra verem o que os pais fazem o dia inteiro. A reunião ficou muito mais divertida com o menininho perguntando, but daddy, what does those number mean? Provavelmente nothingJ
· Uma vez por ano tem Google Serve, um dia que a empresa inteira (no mundo todo) vai fazer trabalho voluntário. Ta chegando agora em junho.
· Sem falar dos produtos que sao demais. Além do Google.com, gmail, picasa, maps, orkut, blogger, android etc. Google já virou um verbo (deixa eu google fulano de tal)
· Em defesas da distribuição de informação, a diretoria da empresa resolveu bancar o regime comunista da China e ir pro tudo ou nada. Ou tem liberdade de expressao, ou o Google ta for a.
· E finalmente, a flexibilidade. Lucas conseguiu um trabalho novo em Los Angeles, e apesar do meu time estar todo em Sao Francisco, e empresa acomodou meu pedido e estou sendo transferida pro escritório de Santa Monica. Só por razoes pessoais.

Nos vemos em LA?

beijos

Sunday, May 9, 2010

Sometimes I feel so happy, sometimes I feel so sad….

Gente, esse negócio de morar longe é uma contradição. É uma liberdade, mas uma falta. Uma escolha mas uma cilada. É provar o veneno da serpente, descobrir um mundo novo, mas saber que nunca mais as coisas vão voltar a ser como antes.

Morar fora é a confirmação, por experiência própria, de que ha um mundão lá fora cheio de novidades, pessoas e lugares muito legais. E a descoberta que o mundão também pode ser seu e que o fato aleatório de se ter nascido num prédio de uma rua de uma cidade de um estado de um país não significam que essa é a única opção limitada de vida.

Por outro lado, a exposição à tantas possibilidades nunca substituem o vínculo com a família, amigos, lingua e princiaplmente, um passado. Saber o que foi TV pirata, sentir nostalgia com a música dos trapalhões, lembrar que a Barra da Tijuca tinha só uma pista de terra em cada sentido, ter passado vários domingo no Tivoli, reviver os lanches na casa da vovó, tudo isso nunca vai poder ser construído numa terra nova. Morar fora é a troca das memórias do passado pela visão do futuro.

Hoje é dias das mães. Eu sei, eu sei, data fabricada pelo comércio que quer vender flores, bombons e jóias. Mas eu caio na arapuca uai. Sempre achei importante celebrar e, sinceramente, sei que quando tiver filhos vou ficar empolgadíssima pra ver o que eles vão preparar na aula de artes pra mim. Foi por isso que bateu essa saudade especial de casa. Casa? Sei lá onde é casa.

Enfim, minha conclusão é que depois que se mora fora, a vida é sempre acompanhada da sensação de que se tem algo a mais ou a menos. Dependendo do humor do dia, happy ou sad.

Wednesday, April 28, 2010

O conflito do conflito

Não sei se é coisa de ocidental, brasileiro, judeu, ou mesmo particularidade da minha família, mas cresci aprendendo que conflito é ruim e deve ser evitado. Pra mim sempre foi lógico assim como 2+2=4 que conflito é coisa ruim. E não tem discussão.

Acho que isso influenciou demais a minha formação e me fez uma pessoa “da paz”, que muitas vezes cede, e sejamos sinceros, engole sapo, pra evitar a discussão. O resultado é que acabo me afastando ou nem mesmo me aproximando de algumas pessoas por conta das diferenças, que provavelmente poderiam se dissolver caso fossem conversadas.

Cada vez mais percebo como essa verdade absoluta (assim como muitas ou todas as outras verdades), nao são tão verdadeiras assim. E que a verdade verdadeira é que uma boa dose de conflito pode é resolver muitos problemas e, por mais contraditório que pareça, aproximar pessoas.

Entre casais isso é bem óbvio. Cada um engole seu sapo pra preserver a relação, mas não tem jeito. A relação sente cada sapo engulido, que fica armazenado no fundinho da cabeça só esperando a hora certa de aflorar com força total. E nesse meio tempo o resultado é o distanciamento do casal culminando numa briga das boas que, quando resolvida, potencializa o amor entre os dois. Não é a toa que muita briga acaba em sexo...

Que fique claro que eu não tô advogando pela extinção das papas na língua, pois também ninguém aguenta ficar numa relação que tem conflito o tempo todo. Mas é bom ficar de olho aberto e fazer uma decisão consciente entre falar e calar.

O ambiente de trabalho é um outro ótimo exemplo. Cada vez que eu vejo algo que não concordo tenho a opção de deixar passar, ou de ser sincera, encarar a situação (muitas vezes difícil!) e botar pra fora. Nesses meus ano e meio no Google, nada foi mais gratificante do que a reação de alguém após receber uma crítica, e a sensação de que aquilo vai ajudar o seu desenvolvimento. Falar é sempre uma dificuldade tremenda pra mim. Fico ensaiando as palavras com o maior cuidado, mas quase sempre quanto mais sincera eu sou, melhor o resultado.

Na família que o bicho pega. A famiília não tem as mesmas regras de conduta estruturadas de uma empresa e também não tem uma linha de raciocínio parecida com a sua que normalmente se encontra no companheiro. Tudo é muito pessoal e distorcido. Parece que as regras da vida lá fora não se aplicam à família, é tudo um paralelo. Justamente no ambiente que se deveria sentir mais seguro, onde o amor é incondicional, onde não se pode ser demitido ou divorciado, é que é mais difícil ser sincero e encarar os conflitos. Não sei se é receio ou se é preguiça e uma falta de esperança que as pessoas podem mudar. Sei lá.

Enfim, vou tentando. E por favor me critiquem se me verem engolindo sapo!