Thursday, December 22, 2011

Doação

Antes de mais nada acho que devo uma explicação aos meu poucos mais fieis leitores. Nos últimos meses estive sumida por falta de tempo (trabalho, viagens) e também porque fiquei totalmente viciada e não conseguia largar os livros do Stieg Larson (Girl with the Dragon Tatoo etc). Pra quem ainda não leu e gosta de ficção, highly recommend.

Hoje quero escrever sobre doação. Eu moro nos EUA e sei de todos os defeitos e estereótipos dos americanos e desse pais. Porem apesar da cultura capitalista e individualista, uma coisa que admiro muito é o costume de filantropia.

Eu primeiro me dei conta disso quando estava aplicando pro MBA e percebi que uma parte importante do processo de seleção era relativo a experiência do candidato com trabalho voluntário. Nos EUA qualquer adolescente já doou tempo pra alguma causa. Eu tinha uma experiência aqui e outra ali que deu pra garantir a minha vaga no curso, mas nada comparado com o pessoal da minha turma, que tinha trabalho voluntario como algo tão importante como aprender inglês ou matemática.

Durante o MBA, mesmo com a carga infinita de estudos, dedicação a procura de um novo emprego e, é claro, a farra de estar de volta as aulas, as pessoas arrumavam tempo pra trabalhar por uma causa. Tinham grupos dedicados a alinhar alunos com ONGs e dias em que a escola inteira ia pintar um centro comunitário, ajudar crianças com dever de casa e assim por diante.

Depois de dois anos o bichinho da caridade me mordeu, e escolhi passar dois meses das minhas férias fazendo trabalho voluntário em Samoa. Eu  e mais três amigos trabalhamos num projeto pra uma empresa de micro-financas, instituição que empresta dinheiro pra pessoas muito pobres poderem começar seu próprio negócio. Foi uma experiência incrível onde tive a oportunidade de conhecer pessoas e costumes que eu jamais imaginei. Acho que recebi tanto quanto ou mais do que dei.

O Google tem um política de gift match. Ou seja, a empresa dobra o valor das doações de seus funcionários para instituições sociais. Tem também o Google Serve day, quando todos os funcionários da empresa tiram um dia pra fazer trabalho social. Esse ano eu fui trabalhar numa cozinha que prepara 1500 refeições por dia pra pessoas carentes. 

Todo ano o vice-presidente de engenharia lidera um programa pra levantar fundos pra um banco de alimentos. Foram arrecadados mais de $300 mil. Pra aumentar a farra, ele junta um grupo de funcionários no Costco (mega supermercado), que abre mais cedo só pro evento. Cada um ganha um quantia pra gastar em alimentos não perecíveis que vão pra instituição. A brincadeira é conseguir gastar o máximo possível dentro do tempo determinado. É muito inspirador ver aquele mercado gigante tomado por funcionários do Google correndo de um lado pro outro pra encher  os carrinhos com alimentos pra doação.

Mas o motivo pelo qual resolvi escrever sobre isso agora foram acontecimentos das últimas semanas.
A mãe de um menino do meu time no Google faleceu de câncer. O pessoal do trabalho queria prestar uma homenagem e ficamos sabendo que em menos de um dia os amigos da falecida criaram um fundo em homenagem a ela. O dinheiro arrecadado vai pra biblioteca que ela trabalhava. Ela amava livros enato ao invés de mandar flores, nada melhor do que ajudar a perpetuar sua missão de disseminar a leitura.

O outro evento foi o casamento da irmã americana do Lucas. Normalmente os noivos distribuem algum brinde para os convidados durante o casamento. Ao invés, eles decidiram colocar três vasilhas numa mesa. Cada uma representava uma organização sem fins lucrativos que tem significado especial pra eles. Os convidados recebiam uma estrelinha e colocavam em uma das vasilhas. Os noivos se comprometeram a fazer um donativo para as instituições de acordo com o numero de estrelinhas ao invés de distribuir brindes.

Aqui nos EUA essas coisas são corriqueiras, fazem parte da educação e dia a dia de todos. As vezes eu penso que quando tiver filho não sei se vou querer que eles sejam educados aqui, numa cultura tão diferente da minha. Mas pelo menos esse aspecto quero muito que eles aprendam!

Tuesday, September 27, 2011

O começo de uma nova era

Dizem que passamos por cinco fases quando sofremos um trauma ou luto. Vou ter que concordar. Nos últimos anos tenho passado por essas fazes e agora acho que cheguei na reta final!

Fase 1) Negação: não pode ser verdade, eu não to vendo isso
Fase 2) Raiva: desaparece, some daqui
Faes 3) Negociação: e se eu ficar menos estressada será que as coisas mudam?
Fase 4) Depressão: esse problema não tem solução, só me resta lamentar
Fase 5) Aceitação: é acho não tem volta, melhor eu tomar providencias

E foi o que eu fiz. Após anos de relutância, semana passada reconheci que os fios brancos estão lá pra ficar e se reproduzir, e finalmente pintei o  cabelo. Caminho sem volta. Agora ou assumo a grisalhisse, ou vou visitar o salão todo mês.

A notícia boa é que não doeu e que quem ve nem repara que eu interferi com a natureza e joguei uma corzinha na peruca.

Confesso que considerando os acontecimentos da semana passada - casamento gay foi aprovado no exército americano substituíndo o don't ask don't tell, os líderes palestinos entraram com pedido de reconhecimento do seu Estado na Onu, a discussão da pena de morte nos EUA ficou em alta após a polemica execução de Troy Davis e a Claudia Leite pagou o maior mico no Rock in Rio - talvez seja exagero definir o começo da nova era com a minha ida ao salão. Mas que mexeu comigo, ah mexeu.

Wednesday, September 7, 2011

Tolerância zero

Hoje fiz uma barberagem no trânsito as sete da manhã. Me distrai e atravessei o sinal amarelo numa rua larga, então fiquei parada meio que em cima da faixa. Tudo bem, mandei mal. Mas acho que não justifica um motociclista se esguelar pra me xingar com com cara de ódio aquela hora da manhã. Meu erro nao tinha nem impactado ele, mas ele ficou nervoso do mesmo jeito. Parece até que eu fiz de propósito. E me deixou nervosa, estressada e com medo de errar de novo. Antes mesmo de propriamente começar o dia.

Gente, cade a compaixão? Cade a crença no outro, a crença que as pessoas não fazem as coisas por mal e que as vezes erram, e que tudo bem. 

As pessoas tem tolerância zero pro erro dos outros. Sempre tiveram. Desde pequenos somos ensinados a acertar tudo. Na escola, o melhor aluno é o que tem as respostas corretas. Quem se arrisca a fazer algo diferente e falha é compensado com um boletim cheio de notas vermelhas e uma bronca dos pais.

Teoricamente a maioria de nós concorda que errar é humano, que só não erra quem não tenta, e quem não tenta não vai a lugar nenhum. Se ninguém arriscar, a humanidade fica empacada. Para cada receita gostosa, tem que haver 10 incomíveis. Para cada Picasso, tem que haver 100 pintores de quinta, pra cada Einstein, tem que haver 1000 cientistas frustrados, pra cada Google, tem que haver 10000 start-ups que nao decolaram. Se Pedro Alvares Cabral não tivesse arriscado um novo caminho pras Indias e errado, jamais teria descoberto o Brasil, que hoje comemora sua independecia. Porém na prática tem um zumbido eterno no nosso ouvido dizendo que errar é errado.

Assisti uma palestra no Ted do Sir Ken Robinson. Ele fala sobre a educação e como a estrutura atual do sistema limita a criatividade e de certa forma nos deseduca. Nos nascemos livres e adeptos das tentativas, mas somos castrados e deseducados a achar que errar é ruim, e passamos a limitar nós mesmos e aqueles ao nosso redor. Recomendo o video a todos, segue link abaixo. E viva o erro!

 

Wednesday, August 17, 2011

Opção

O que não tem remédio, remediado está. O problema é o que TEM remédio...
É aí que a gente tem que decidir se procura a cura, ou não. Se toma o remédio ou fica com a pulga atrás da orelha.
Não tomar é inércia. Tomar quase sempre tem efeitos colaterais. Previsíveis ou não.
Pode fazer bem ou mal. E pode até viciar. Aí acaba a opção.

Wednesday, August 3, 2011

Realizando o sonho da casa própria!

Depois de cinco mudanças nos últimos cinco anos, mais uma mudança em vista. Mas dessa vez parece que vai durar. Lucas e eu realizamos o sonho da casa própria e compramos nosso cantinho em LA!

É bem curiosa a sensação de ser dona de uma parte(zinha) do planeta terra. Aquele pedaço agora é meu e do Lucas e ninguém tasca. O engraçado é pensar como pode isso, alguém ser dono de um pedaço do planeta. Quem foi que disse?

Onde vamos morar provavelmente era um gramado, um deserto ou uma floresta há muitos e muitos anos atras. Um belo dia alguém decidiu que era dono dali e entrou em guerra com outro alguém que tinha decidido a mesma coisa. O vencedor colocou uma cerca e pronto, começou a divisão de terra. Depois dai essa terra deve ter sido trocada por algumas moedas de ouro, cabeças de gado, especiarias, até finalmente valer muitos e muitos dólares em 2007, e menos dólares ontem, quando compramos. No momento, quem diz que a terra é nossa é um papelzinho registrado no cartório que por alguma razão que eu não vou questionar, todo mundo acredita que é a verdade absoluta.

Como resultado de vários acontecimentos históricos, o homem se organizou na sociedade atual onde as pessoas precisam ser donas das coisas. Conforme escrevi no post "Community or crowd", bens comunitários tendem a decadência. Imagina se a história da humanidade fosse diferente, e as pessoas não curtissem ser proprietárias de nada, se fosse muito mais divertido dividir tudo e saber que quando se precisasse de algo, qualquer coisa, estaria disponível. Pra isso acontecer a história e o comportamento humano teriam que ter sido bem diferentes. O capitalismo não poderia existir, as pessoas não poderiam ser tão ambiciosas e teriam que pensar no coletivo ao invés do individual. Não sei se seria melhor ou pior, mas realmente seria outro mundo...

Enfim, enquanto estamos aqui nesse ano de 2011, nesse planeta Terra e nesse pais Estados Unidos, estou muito feliz de exercer minha individualidade e comprar meu pedaço por aqui.

Ontem fomos lá pegar as chaves e tomar uma champanhota pra comemorar. Agora aguardamos as visitias!!!
bjs





Saturday, July 23, 2011

Why Amy?

Mais um grande talento, um presente pra humanidade que nos deixa rápido demais. Tanta arte por ser feita interrompida de maneira tão triste. Uma perda e sensação de que tanto ficou por fazer.


Fico pensando como ela devia ser infeliz e angustiada pra emburacar desse jeito. Se todos nós estávamos vendo onde tanto auto-abuso ia dar, ela também tava. A diferença é que só ela podia fazer algo a respeito. E não conseguiu.


Bom, espero que ela descanse em paz e finalmente encontre, onde quer que ela esteja, o sossego e harmonia que ela nunca teve por aqui.

RIP Amy!


Tuesday, July 19, 2011

O Braca é aqui!

Num post antigo eu comentei que aqui em Los Angeles é difícil socializar porque todo mundo passa tempo demais em seus carros, indo e vindo, chegando e saindo. A cidade é gigante e carro é considerado uma necessidade vital. Não tem quem não se espante quando eu digo que meu meio de transporte é bicicleta pois sou privilegiada de morar tão perto do trabalho.

O último final de semana ficou conhecido como Carmagedon (em referencia ao Armagedon). A principal estrada que cruza a cidade de norte a sul (405) e conta com tráfego de mais de 350.000 carros por dia foi fechada pra obras de sexta a domingo criando expectativa de um completo caos. Esse mega evento vinha sendo anunciado a meses. Não se falava em outra coisa e o povo realmente se planejou pra sobreviver a um final de semana sem a 405.

Tirar carro de Angelenos é como tirar praia de cariocas, rede de baiano e queijo de frances …. É estranho e amedronta. Mas como todo ser adaptável, os Angelenos também deram um jeito e sobreviveram ao Carmagedon. Aliás, sobreviveram muito bem. As ruas alternativas à 405 ficaram vazias e a cidade, famosa por seu trânsito caótico, parecia centro do Rio no final de semana. Deserto.

Mas o que fazer em um final de semana sem carro em LA? O branco inicial do povo foi aos poucos sendo substituído por opções inimagináveis por aqui: andar a pé! andar de bicicleta! andar de skate! não andar!! De uma hora pra outra a megalópolis parecia mais cidade de interior. As ruas estavam movimentadas com pedestres que se esbarravam e cumprimentavam. Foi tudo de bom.

Nesse clima provinciano, Lucas e eu fomos passear no bairro para onde queremos nos mudar e nos deparamos com um festival de comida. Tava um dia lindo, o lugar era o maior alto astral, vários caminhões-restaurante (food trucks), banda ao vivo, adultos, crianças, idosos, cerveja gelada, tudo de bom. Fomos presenteados e surpreendidos por aquilo tudo. Os Angelenos saíram da toca e foram aproveitar a vizinhança.

Lucas e eu sentamos pra almoçar numa mesa comunitária onde estava um outro casal. Começamos a conversar com os estranhos (o que por si só não é lá tão comum por aqui) e, papo vai, papo vem, as coincidências começaram a aparecer. Os dois eram de Chicago (onde eu morei por 2 anos) e a menina tinha estudado na mesma universidade que eu. Mais papo, e descobrimos que o cara era corretor de imóveis e trabalhava na mesma agência que a nossa corretora. Pra finalizar, os dois tinham se conhecido numa festa na casa de outro corretor do imóveis, que por sinal está representando o dono da casa que a gente tá tentando comprar. O nosso vizinho de mesa e esse corretor são melhores amigos! Me senti no Braca encontrando amigos de amigos da provincia do Rio.

Gente, pra colocar em perspectiva, LA tem quatro milhões de habitantes e Lucas e eu "conhecemos", talvez, uns 30. Nós não só encontramos um casal super legal que ainda por cima tinha uma mega conexão, como também arrancamos algumas informações privilegiadas sobre o vendedor da casa que estamos de olho! Tudo de bom.

Pode ser tudo ilusão da minha cabeça essa historia do Carmagedon ter influenciado o nível de sociabilidade dos Angelenos, mas o que interessa é que tiramos bom proveito. Que venha a próxima obra na 405!

Wednesday, July 6, 2011

A tipica historia da grama mais verde do vizinho

Eu tenho crise existencial. Não sempre, mas volta e meia ela me assombra e causa estrago. Aquelas duvidas que ficam mascaradas pela correria e prazeres e que quando a gente menos espera resolvem mostrar a cara, aparecendo sem aviso ou possibilidade de devolução. Tem uma me perturbando agora mesmo…


Mês passado teve um mega evento do Google, uma conferencia com mais de 3000 funcionários. Foram três dias de palestras, demonstrações de produtos novos, debates…e muito social. Um evento incrível, mas realmente MUITO social. Os participantes variavam do CEO a secretaria. Todos aqueles diretores bam-bam-bams que sempre se ouve falar estavam lá. O que significa uma oportunidade pra nós, simples mortais, mas também um dilema interno de como aproveitar essas chances únicas pra ser notado. No mundo corporativo (assim como em muitos outros mundos), não basta fazer direito, tem que ser notado.


Quem me conhece bem sabe que posso ficar horas a fio de papo se o assunto estiver interessante, mas não me coloca pra jogar conversa fora com estranho, ou fazer small talk ou networking como eles dizem aqui nos EUA. Falar sobre o clima, o jogo de futebol ou planos para a noite com pessoas que eu mal conheço não é o meu forte. Perdi a conta de quantas vezes fiz e respondi as mesmas perguntas pra dezenas de pessoas nesse três dias, e pra ser honesta, não sei repetir a resposta de uma só delas.


Em diversos debates que assisti e até cursos que já fiz sobre networking aprendi que teoricamente basta estar realmente presente em cada conversa pra que ela se desenvolva, supere a fase "small" e fique interessante. Mas pra mim isso é um desafio e tanto especialmente num ambiente corporativo, com pessoas que eu mal conheço e ainda por cima em inglês. Ao final de três dias eu estava simplesmente exausta de tanto me esforçar pra ser social, e frustrada por tanto esforço e nem tanto sucesso.


Aí veio a nuvem negra. Será que eu nasci pra isso? Tem gente que nasceu pra ser notado, que adora jogar conversa fora e sempre faz a multidão gargalhar. Tem outras gentes, como eu, que são gente mais ouvinte, que gosta de ir fazendo as coisas aos poucos e ser reconhecido pelo trabalho final. O ideal é um pouco de cada eu admito, mas até que ponto vale a pena forçar a barra pra alcançar esse ideal? Será que os ouvintes tem vez nesse mundo business-politico.


Não se assustem! Essa não e a primeira e, provavelmente, nem a última vez que a tal crise existencial marca presença. E por um lado é bom pra me manter atenta a minha felicidade e reconhecer que é tão difícil mudar por que a situação atual tem muitos prós. Já quase joguei tudo pro alto pra estudar teatro, pra fazer produção de cinema, pra ser professora, mas apesar da empolgacão inicial, a crise passa e as insatisfações ficam soterradas e abafadas pela felicidade das conquistas.


Pra falar a verdade não sei nem se tem essa tal de profissão certa ou se é uma questão de parar de pensar que a grama do vizinho é mais verde e aproveitar o que nossa realidade tem de bom.


Mas enquanto eu não descubro, vou aproveitando a abundância de informação e tecnologia pra aprender sobre outras coisas que acho interessante e experimentar aos poucos. Esse blog mesmo e um experimento, que sabe encontro meu jardim ideal.

Wednesday, June 15, 2011

Foco na jornada

Minha professora de Yoga é bem estilo Yoga: volta e meia comenta como as energias do vento e raios de sol estão influenciando seu humor, tem sempre aquele sorrizinho de budah estampado no rosto e nao perde uma oportunidade de aprender com as dificuldades. Uma fofa.
Essa semana a gente tava papeando no final da aula e comentei sobre minha falta de flexibilidade e dificuldade em fazer certa pose. Foi aí que ela soltou a pérola: " eu acho que as pessoas menos flexíveis são sortudas por que com a pratica e dedicação elas conseguem ver claramente o progresso e sentir no seu corpo que estão evoluindo e se superando. As pessoas super flexíveis tem que se esforçar muito mais pra ter tal satisfação."
Interessante. Deu no na minha cuca acostumada com a verdade absoluta que a perfeição é a única resposta certa.
Agora fico aqui debatendo se a perfeição é na verdade uma chatice e o barato esta mesmo na jornada…

Friday, April 15, 2011

Força Catherine!

Essa semana re-assisti o vídeo da cerimonia do meu casamento. Achei linda e emocionante como sempre, mas me lembrei de como eu tava nervosa. E olha que eu fui casando em etapas: casei um pouquinho quando aceitei o pedido, casei mais um pouco quando assinei o papel e achei que tava completamente casada quando fui morar junto. Mas mesmo assim, a cerimonia tradicional, com vestido branco e todo mundo olhando, foi pressão.


Foi pressão organizar e administrar os palpites, foi pressão realizar o primeiro grande projeto junto com o Lucas e foi pressão entrar pelo corredor de diamantes e máquinas fotográficas pra celebrar um ato tão íntimo. O saldo foi positivissimo uma vez que a emoção e alegria do momento superaram qualquer nervosismo ou dificuldade do caminho.


Quando terminei de ver o video e mudei pra TV, me deparei com o seguinte comercial: Save the Date, April 29th, Royal Wedding. Save the date pro mundo inteiro, anunciado na TV. Nossa, me deu arrepios de pensar quantos palpites a Catherine tá recebendo, como ela tá administrando isso com o Will e a quantidade de diamantes e máquinas fotográficas que estarão entre ela e seu prince charming.


Tem que ser muito mulher pra aguentar esse rojão e ainda se divertir. Força Catherine!


Wednesday, April 6, 2011

Community or crowd?

Muitos de voces já devem ter visto o video abaixo que virou vírus na internet. Achei sensacional e um ótimo retrato do egoismo e também da esperança na humanidade.

Outro dia assisti uma palestra do Doug Ulman, um dos fundadores da LiveStrong Foundation (aquela ONG que suporta pacientes e sobreviventes de câncer e suas famílias). Ele tava contando sobre sua infância e como ele tinha sido criado nessa cidadezinha suburbana que era uma verdadeira comunidade. Segundo ele, a diferença entre uma comunidade e uma multidão (a community and a crowd) é que na multidão, as pessoas dão cotoveladas umas nas outras pra passar a frente e chegar primeiro. O sucesso pessoal no curto prazo é o maior objetivo. Já na comunidade, ou todas avançam juntas, ou ninguém anda.

Esse vídeo ilustrou com clareza como a mentalidade da maioria de nós é de multidão e não de comunidade. São muito poucas as pessoas que desviam da rota traçada, nem que por 3 segundos, pra fazer algo que nao traga um benefício imediato pra si. Não acho que seja por maldade ou preguiça, uma vez que jogar aquela garrafa no lixo levou literalmente 3 segundos e um gasto calórico total menor do que escovar os dentes. Qualquer um concordaria que não custa nada. Acho que é mais pela falta de senso de comunidade e noção que se não fui eu quem joguei no chão, nao sou eu que vou limpar. A menos que eu esteja sendo recompensado imediatamente por isso (como os garis) ou que a sujeira esteja atrapalhando meu caminho. É uma mentalidade egoista que infelizmente é enraizada nas nossass cabecinhas desde que somos crianças. Senso de que o que é meu é meu, e o resto, bom, o resto é responsabilidade dos “outros”. Mas quem são os outros se não cada um de nós?

Tive uma aula no MBA sobre non-market issues. Um dos casos que estudamos foi a comparação entre dois povoadas que eram abençoadaos por um lago. Num deles, o lago era de todos. No outro, o lago era privado.

O lago de todos rapidamente virou um depósito de lixo e cemitério de peixes. Ninguém se sentia responsável pelo longevidade daquele recurso crucial pra sobrevivência de todos e cada morador achava que se só ele usasse o lago como lixeira não teria problema. O problema esta no cada um, cujo coletivo é todos. Todos pensavam assim e após alguns anos cada um, ou todos, tiveram que arrumar outro lugar pra morar. O lago privado que tinha um dono capitalista olhando pelos seus interesses pessoais e lucro, e que portanto ditava as as regras, prosperou. Essa história sozinha poderia dar muito pano pra manga (alô estatais) mas não vou entrar em política porque, apesar do meu ultimo post, não é a minha praça. Deixo esse assunto pros outros, rs.

Mas como citei no começo do texto, esse flashmob “cabeça” também me passou esperança. Não sei quanto tempo demorou pra salvadora da pátria passar por ali e, sem querer, acertar a combinação do ticket premiado pra fama, mas o importante é que ela passou. E assim como ela, tem muita gente por aí tentando fazer desse mundo uma comunidade.


Tuesday, April 5, 2011

Volta pro espaço que é lá que voce pertence

Sei que no Brasil não se fala em outra coisa e eu também não pude deixar passar em branco. Assisti a entrevista do deputado Jair Bolsonaro no programa CQC e fiquei perplexa. E enjoada. E angustiada e com vontade de estrangular, sem acreditar o que eu tava ouvindo. Pode ser ingenuidade, mas eu não lembrava que ainda tinha gente assim no mundo. E pode ser covardia, mas não imaginava que alguém, mesmo que pensasse assim, tivesse coragem de falar tanta barbaridade em rede nacional, com repercussão internacional.

E não é caso isolado. Esse cara é casado, tem filhos e amigos. Esse cara tem eleitorado forte. Ou essas pessoas são muito alienadas e não se importam de se relacionar ou votar em gente assim, ou eles pensam igual e acham normal tanta loucura. E essas pessoas tem outros amigos e parentes. E se tem esse grupo aqui no nosso quintal, ou melhor, governando o nosso pais, imagina o que mais nao tem ai pelo mundo.

A midia ta comparando esse ET a Hitler. Justo ou não, tenho que admitir que foi a primeira coisa que pensei quado assisiti a entrevista. O cara não aceita nada diferente dele, tolerancia zero, ate com os próprios filhos que ameaçou torturar se saissem da conduta. Hitler tomou o poder por que teve coragem de dizer, com muita eloquencia, o que vários pensavam e reprimiam. Porém foi a coragem e proeminencia de Hitler, um líder com quem os intolerantes reprimidos puderam se identificar, que possibilitou a manifestação dos Gremlins que moravam dentro de muitos. Comportamento que era impensável como tortura e exterminação por preconceito viraram a normalidade.

A verdade é que os seres humanos continuam os mesmos, com suas cabecinhas alienadas e suscetiveis a preconceito e agressão. A grande diferença entre a época da Segunda Guerra Mundial e a atualidade é a internet que possibilita a disseminação de informação na velocidade da luz, for good or for bad. Sites como YouTube mostram pro mundo, dentro de cada casa, episódios como esse. Eu só espero que mais pessoas se revoltem do que se identifiquem com essas insanidades e que esse lunático seja banido pro espaço o mais rápido possível.

Saturday, March 19, 2011

Desert Flower


Ontem fui ao cinema assitir Desert Flower. Tem que ver. Ponto.

O filme retrata a historia real de uma menina da Somalia que pra fugir de um casamento, ou melhor da sua venda para um homem bem mais velho, atravessa o deserto a pe e vai parar em Londres onde vira uma modelo super star. Se a historia fosse so isso ja seria incrivel, mas esse e apenas um lado da moeda.

Quando ela chega em Londres, descobre que ser circunsada, ou melhor, mutilada, como ela e inumeras meninas que nascem em tribos na Somalia sao, nao e normal. E eh ai que o filme se torna imperdivel. Que nao seja pela producao ou atuacao (que eu tambem gostei), mas no minimo pela historia e divulgacao desse horror que acontece ainda - muito - nos tempos atuais.

Fiquei inspirada com a coragem e forca dela, a Desert Flower, nao so de fujir andando sozinha pelo meio do deserto deixando tudo e todos que ela conhecia pra traz pra depois ser despachada pra Londres sem falar uma palavra de ingles ou nunca ter visto agua sair de um cano. Mas tambem por como ela se transformou e aceitou que aquilo que ela havia sido educada como a unica alternatica, circunsicao, era na verdade um absurdo. Ela foi contra tudo que ela aprendeu que era certo em busca da sua propria verdade.

Antes de entrar na sala de cinema, fui ao banheiro e vi a seguinte frase do Oscar Wilde escrita na porta: “ Be yourself, everyone else is already taken”. A moca do filme foi em busca da vida dela e descobriu uma mulher que mudou pra sempre a historia do seu povo e do mundo.


Bom, nao vou contar mais pra nao estragar a experiencia de voces, se quiserem tem mais info aqui no site. Mas quando o filme terminou demorei uns 5 minutos pra levanter da cadeira.

PS: Desculpme a falta de acentuacao, mas ainda to descobrindo meu computador novo...


Wednesday, February 23, 2011

Escrito nas estrelas

Esse final de semana fomos pra Maui. O lugar é lindo-maravilhoso-deslumbrante e poderia ficar descrevendo tudo que vi por páginas e páginas. Mas você pode ler algo parecido em guias ou Wikipedia. Portanto resolvi focar num momento especial, que aconteceu em Maui por cinrcunstância, mas poderia ter sido em qualquer lugar.

Lucas e eu estavamos na ansiedade de ver tudo, fazendo mil planos, indo de um lugar pra outro. Aí tiramos uma tarde pra não fazer nada e ficar curtindo o hotel. Fomos dar uma caminhada e anoiteceu. Na volta passamos por um gramado lindo, estilo convento da Noviça Rebelde. Esticamos nossa toalha e deitamos olhando pro céu estrelado.

Não tenho idéia se ficamos lá por 10 minutos ou 1 hora. Conversamos, cantamos, fizemos silêncio. Aquele momento me transportou no tempo e no espaço, pra todas e infelizmente raras ocasiões em que deitei em outro chão pra ver as mesmas estrelas.

Passei pela minha infância em colônias de férias vendo estrelas “ardentes”, passei pela Hebraica de SP num Carmel após dança e comemoração, passei por acampamento no Uruguai onde tomamos banho no Rio, fizemos xixi no mato e comemos muito pão com doce de leite e passei pela Ilha Grande em outro acampamento com amigas queridas na época de franja ruffles. Passei pela casa da Dé em Teresópolis após um churrasco e antes de uma sauna + carteado + zidler, e pela casa dos artistas, na Ferradura, com vista pro mar e galera big brother rindo e bebendo todas. Passei pelos churrasquinhos na laje do ap da Gávea, passei pelo bangalô-lua-de-mel numa praia deserta em Samoa do Pacífico e em outra praia maravilhosa em Fernando de Noronha do Atlântico. E aposto que esqueci de passar por muito lugar, mas realmente revivi cada um deles, conectada pelas estrelas. Uma delícia. Quero ver estrelas mais vezes!

Wednesday, February 9, 2011

Dois pesos, duas medidas

Outro dia assisti uma palestra na internet de uma executiva punk que trabalhava no Google e é considerada uma das top dos EUA. Ela falava sobre a dificuldade, ainda nos dias atuais, que as mulheres enfretam pra chegar no topo do mercado de trabalho.

A palestra é legal e o link tá abaixo pra quem quiser assistir na íntegra, mas uma estatística me intrigou, pra não dizer revoltou: Para homens, há uma correlção positiva entre sucesso e ser gostado, admirado pelos outros (em inglês ela usou likability). Para mulheres, essa correlação é negativa. Ou seja, os homens que estão no poder são admirados, enquanto as mulheres não são.

Fiquei tentando entender. Uma hipótese é que, por coincidência, a grande parte das mulheres que estão no poder são megeras enquanto os homens são gente boa. A outra hipótese, que achei um tanto mais plausível, é que pra se chegar no poder, tem uma série de comportamentos que são necessarios, tipo tomar decisões, falar não, participar ativamente de discussões etc. Partindo do princípio que tanto homens quanto mulheres fazem isso, minha conclusão é que esse comportamente é percebido como positivo pro homem e negativo pra mulher. Se espera do homem atitude, assertividade e até um pouco de agressividade. Essas características tornam um homem admiravel. Já pra mulher, isso tudo é mutio feio.

Gente, isso me revoltou e me fez pensar nos preconceitos que a gente sofre desde pequena, tipo: Homem que “pega”muita mulher é garanhão, mulher que “pega” geral é galinha ou vagabunda.

Eu não sou feminista, acho ótimo pensar que tenho a opção de ser 100% dona de casa se eu quiser (e o Lucas topar...) e até acho normal a mulher ter um papel um pouco mais ativo na casa do que o homem, mesmo que os dois trabalhem fora. Mas essa história de dois pesos e duas medidas me tira um pouco do sério.

Aproveitando, esse site Ted.com tem cada palstra incrível. Vale a pena conferir!


Sunday, February 6, 2011

O Google, realmente.

Quem lê meu blog com frequencia sabe que desde que comecei a trabalhar no Google virei fã de carteirinha e volta e meia posto aqui sobre as peculiaridades da empresa. Hoje vou continuar essa série dividindo com vocês alguns projetos recentes que são “mará” e me deixam muito orgulhosa de trabalhar pra eles. Espero que vocês curtam também!

1) Google Art Project – se você não vai ao museu, o museu vai até você. Esse site contém fotos de obras de artes que estão espalhadas em musues do mundo inteiro. Você pode ver os quadros com perfeição e ainda dividir com amigos os que mais gosta. Mais info sobre o projeto e como ele foi cridao disponívle no blogpost do Google.

2) Como todos sabemos, durante a segunda guerra mundial milhares de pessoas morreram, e com elas sua história, passado e futuro. Em homenagem ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocuasto, o Google fez uma parceria com o Yad Vashem (memorial de Israel) com o objetivo de trazer pra internet as fotos e documentos da época e ajudar a imortalizar as vítimas dessa trajédia na história da humanidade. As fotos podem ser vista no site do Yad Vashem e qualquer um pode fazer um search por um sobrenome e encontrar fotos de seus potenciais ancestarais. Aqui está o blogpost do Google com mais informações sobre como o projeto foi criado. Eu achei pessoas com o sobrenome da minha mãe, sera que são da família?

3) Em julho do ano passado o Google anunciou o projeto Life in a Day. A idéia era registrar um dia qualquer de pessoas ao redor do planeta. Foi lançada uma competição: pessoas do mundo todo foram convidadas a gravar algo no dia 24 de julho de 2010 e mandar pro YouTube. Kevin MacDonnald e Ridley Scott (editor e produtor respeitadíssimos em Hollywood) iriam selecionar os melhores trechos dos videos e montar um longa metragem. Mais de 80 mil clips foram enviados e o resultado final foi apresentando no festival de Sundance na semana passada. Ficou incrível. E o mais incrível foi ver pessoas comuns, gente como a gente, sem experiência com cinema ou idéia mirabolantes, participando e sendo selecionadas. E sendo fortemente impactado pelo projeto… Mais info no blogpost do Google e canal do YouTube http://www.youtube.com/lifeinaday onde vocês podem ver os videos. Abaixo um dos vídeos que ficou mais famoso.

4) Esse é particularmente interessante pros apreciadores de música. Pela segunda vez o Google criou uma orquestra sinfônica global. O nome do projeto é YouTube Symphony Orchestra. A idéia é trazer pessoas do mundo todo pra tocarem juntas numa orquestra que esse ano vai se apresentar na Opera House de Syndey (chato, ne?). Músicos de qualquer idade, país, raça, religião submeteram videos tocando seu instrumento de preferência e os melhores foram selecionados por Orquestras do mundo todo e voto popular. O resultado final são 101 músicos dos cinco continentes com idade entre 14 e 49 anos. Os brasilerios estão representados por um paulista, um cearense e um manauara. Vale a pena conferir o blogpost e canal do YouTube www.youtube.com/sypmphony. E abaixo o clipe com os ganhadores.


Esses são só alguns dos projetos recentes, sem mencionar o speak-to-tweet project pra ajudar a população do egito a se comunicar nessa época de Guerra, o concurso Google for Doodle que dá oportunidades pra crianças de várias idades para desenhar o logo do Google que irá ao ar por um dia, entre outros.

I love Google :)

beijos

Tuesday, January 25, 2011

Olho no olho

Mudamos pra LA no final de julho do ano passado. Toda vez que alguém me pergunta como tá a vida por aqui, a resposta é a mesma: minha qualidade de vida tá otima, clima bom, moro do lado do trabalho, tenho tempo pra mim, minha casa é uma graça. Porém…. não tenho amigos. (tá bom, tenho uns 5 amigos…)

O Lucas viaja muito e eu não trabalho com o pessoal do meu escritório uma vez que todo meu time tá em São Francisco. Portanto muitas vezes entrei no escritório muda, passei o dia todo no telefone ou computador e saí calada.

Juntando o isolamento do trabalho com a falta de amigos locais e as 6h de fuso horário com o Brasil, a maior parte das minha relações sociais passou a se resumir ao mundo virtual: email, Facebook etc.

Engraçado que a ficha com relação à ausência de contato com pessoas só caíu recentemente quando uma amiga do Rio (Sabraaaaina) tava visitando e ficou impressionada com a falta de gente na rua por aqui. Ela tava vindo de NY que parece mais um formigueiro comparado com as ruas de LA, e não parava de perguntar cadê todo mundo. Em LA tudo é muito longe portanto as pessoas vivem ilhadas em seus carros e enfrentando tanto trânsito que se chega quase na hora de voltar.

Juntando o fato que somos novos por aqui com a realidade que a gente teoricamente nem precisa mais das pessoas, fica difícil fazer o esforço. Antigamente um novato na cidade precisava se informar sobre onde são os bons restaurantes, qual médico se consultar, onde fica o cinema mais próximo. Porém sites como o Google nos dão todas as respostas com muito mais conteúdo e opção que um vizinho ou colega de trabalho. Além disso, TV e internet tem entretenimento de montão que podem facilmente substituir encontros com pessoas e mascarar a solidão.

Mas aí fica meio sem graça. Qual o sentido de passar o dia todinho, da hora que acorda até a de dormir, sem trocar com os outros, ouvir e falar, discutir, sentir. Quem viu “social networking” (o filme do Facebook) entende bem o que eu tô querendo dizer. A vida virtual não satisfaz ninguém, o importante mesmo é o olho no olho.

Enfim, tô tentando ser mais cara de pau e menos preguiçosa pra conhecer pessoas, mas se tiverem sugestões de como socializar em terras estrangeiras, sou toda ouvidos (virtuais).

bjs

Sunday, January 23, 2011

Ainda no momento Rio

Não poderia deixar de postar o video abaixo. Ele combina orgulho que tenho de ser carioca com o orgulho de ser amiga do Pedro, que teve a linda idéia de fazer esse time lapse do Reveillon de Copa e executou de forma brilhante.
Aproveitem e divulgem!

Tuesday, January 4, 2011

Alô Rio de Janeiro

De volta aos EUA e já saudosa não pude deixar de postar esse vídeo lindo que Lucas me mostrou e que me deu orgulho de ser carioca.
Não tem cidade mais linda pra receber as olimpíadas! Agora é mandar brasa nas obras e organização pra gente fazer um bonito.

bjsss