Friday, April 15, 2011

Força Catherine!

Essa semana re-assisti o vídeo da cerimonia do meu casamento. Achei linda e emocionante como sempre, mas me lembrei de como eu tava nervosa. E olha que eu fui casando em etapas: casei um pouquinho quando aceitei o pedido, casei mais um pouco quando assinei o papel e achei que tava completamente casada quando fui morar junto. Mas mesmo assim, a cerimonia tradicional, com vestido branco e todo mundo olhando, foi pressão.


Foi pressão organizar e administrar os palpites, foi pressão realizar o primeiro grande projeto junto com o Lucas e foi pressão entrar pelo corredor de diamantes e máquinas fotográficas pra celebrar um ato tão íntimo. O saldo foi positivissimo uma vez que a emoção e alegria do momento superaram qualquer nervosismo ou dificuldade do caminho.


Quando terminei de ver o video e mudei pra TV, me deparei com o seguinte comercial: Save the Date, April 29th, Royal Wedding. Save the date pro mundo inteiro, anunciado na TV. Nossa, me deu arrepios de pensar quantos palpites a Catherine tá recebendo, como ela tá administrando isso com o Will e a quantidade de diamantes e máquinas fotográficas que estarão entre ela e seu prince charming.


Tem que ser muito mulher pra aguentar esse rojão e ainda se divertir. Força Catherine!


Wednesday, April 6, 2011

Community or crowd?

Muitos de voces já devem ter visto o video abaixo que virou vírus na internet. Achei sensacional e um ótimo retrato do egoismo e também da esperança na humanidade.

Outro dia assisti uma palestra do Doug Ulman, um dos fundadores da LiveStrong Foundation (aquela ONG que suporta pacientes e sobreviventes de câncer e suas famílias). Ele tava contando sobre sua infância e como ele tinha sido criado nessa cidadezinha suburbana que era uma verdadeira comunidade. Segundo ele, a diferença entre uma comunidade e uma multidão (a community and a crowd) é que na multidão, as pessoas dão cotoveladas umas nas outras pra passar a frente e chegar primeiro. O sucesso pessoal no curto prazo é o maior objetivo. Já na comunidade, ou todas avançam juntas, ou ninguém anda.

Esse vídeo ilustrou com clareza como a mentalidade da maioria de nós é de multidão e não de comunidade. São muito poucas as pessoas que desviam da rota traçada, nem que por 3 segundos, pra fazer algo que nao traga um benefício imediato pra si. Não acho que seja por maldade ou preguiça, uma vez que jogar aquela garrafa no lixo levou literalmente 3 segundos e um gasto calórico total menor do que escovar os dentes. Qualquer um concordaria que não custa nada. Acho que é mais pela falta de senso de comunidade e noção que se não fui eu quem joguei no chão, nao sou eu que vou limpar. A menos que eu esteja sendo recompensado imediatamente por isso (como os garis) ou que a sujeira esteja atrapalhando meu caminho. É uma mentalidade egoista que infelizmente é enraizada nas nossass cabecinhas desde que somos crianças. Senso de que o que é meu é meu, e o resto, bom, o resto é responsabilidade dos “outros”. Mas quem são os outros se não cada um de nós?

Tive uma aula no MBA sobre non-market issues. Um dos casos que estudamos foi a comparação entre dois povoadas que eram abençoadaos por um lago. Num deles, o lago era de todos. No outro, o lago era privado.

O lago de todos rapidamente virou um depósito de lixo e cemitério de peixes. Ninguém se sentia responsável pelo longevidade daquele recurso crucial pra sobrevivência de todos e cada morador achava que se só ele usasse o lago como lixeira não teria problema. O problema esta no cada um, cujo coletivo é todos. Todos pensavam assim e após alguns anos cada um, ou todos, tiveram que arrumar outro lugar pra morar. O lago privado que tinha um dono capitalista olhando pelos seus interesses pessoais e lucro, e que portanto ditava as as regras, prosperou. Essa história sozinha poderia dar muito pano pra manga (alô estatais) mas não vou entrar em política porque, apesar do meu ultimo post, não é a minha praça. Deixo esse assunto pros outros, rs.

Mas como citei no começo do texto, esse flashmob “cabeça” também me passou esperança. Não sei quanto tempo demorou pra salvadora da pátria passar por ali e, sem querer, acertar a combinação do ticket premiado pra fama, mas o importante é que ela passou. E assim como ela, tem muita gente por aí tentando fazer desse mundo uma comunidade.


Tuesday, April 5, 2011

Volta pro espaço que é lá que voce pertence

Sei que no Brasil não se fala em outra coisa e eu também não pude deixar passar em branco. Assisti a entrevista do deputado Jair Bolsonaro no programa CQC e fiquei perplexa. E enjoada. E angustiada e com vontade de estrangular, sem acreditar o que eu tava ouvindo. Pode ser ingenuidade, mas eu não lembrava que ainda tinha gente assim no mundo. E pode ser covardia, mas não imaginava que alguém, mesmo que pensasse assim, tivesse coragem de falar tanta barbaridade em rede nacional, com repercussão internacional.

E não é caso isolado. Esse cara é casado, tem filhos e amigos. Esse cara tem eleitorado forte. Ou essas pessoas são muito alienadas e não se importam de se relacionar ou votar em gente assim, ou eles pensam igual e acham normal tanta loucura. E essas pessoas tem outros amigos e parentes. E se tem esse grupo aqui no nosso quintal, ou melhor, governando o nosso pais, imagina o que mais nao tem ai pelo mundo.

A midia ta comparando esse ET a Hitler. Justo ou não, tenho que admitir que foi a primeira coisa que pensei quado assisiti a entrevista. O cara não aceita nada diferente dele, tolerancia zero, ate com os próprios filhos que ameaçou torturar se saissem da conduta. Hitler tomou o poder por que teve coragem de dizer, com muita eloquencia, o que vários pensavam e reprimiam. Porém foi a coragem e proeminencia de Hitler, um líder com quem os intolerantes reprimidos puderam se identificar, que possibilitou a manifestação dos Gremlins que moravam dentro de muitos. Comportamento que era impensável como tortura e exterminação por preconceito viraram a normalidade.

A verdade é que os seres humanos continuam os mesmos, com suas cabecinhas alienadas e suscetiveis a preconceito e agressão. A grande diferença entre a época da Segunda Guerra Mundial e a atualidade é a internet que possibilita a disseminação de informação na velocidade da luz, for good or for bad. Sites como YouTube mostram pro mundo, dentro de cada casa, episódios como esse. Eu só espero que mais pessoas se revoltem do que se identifiquem com essas insanidades e que esse lunático seja banido pro espaço o mais rápido possível.