Tuesday, September 27, 2011

O começo de uma nova era

Dizem que passamos por cinco fases quando sofremos um trauma ou luto. Vou ter que concordar. Nos últimos anos tenho passado por essas fazes e agora acho que cheguei na reta final!

Fase 1) Negação: não pode ser verdade, eu não to vendo isso
Fase 2) Raiva: desaparece, some daqui
Faes 3) Negociação: e se eu ficar menos estressada será que as coisas mudam?
Fase 4) Depressão: esse problema não tem solução, só me resta lamentar
Fase 5) Aceitação: é acho não tem volta, melhor eu tomar providencias

E foi o que eu fiz. Após anos de relutância, semana passada reconheci que os fios brancos estão lá pra ficar e se reproduzir, e finalmente pintei o  cabelo. Caminho sem volta. Agora ou assumo a grisalhisse, ou vou visitar o salão todo mês.

A notícia boa é que não doeu e que quem ve nem repara que eu interferi com a natureza e joguei uma corzinha na peruca.

Confesso que considerando os acontecimentos da semana passada - casamento gay foi aprovado no exército americano substituíndo o don't ask don't tell, os líderes palestinos entraram com pedido de reconhecimento do seu Estado na Onu, a discussão da pena de morte nos EUA ficou em alta após a polemica execução de Troy Davis e a Claudia Leite pagou o maior mico no Rock in Rio - talvez seja exagero definir o começo da nova era com a minha ida ao salão. Mas que mexeu comigo, ah mexeu.

Wednesday, September 7, 2011

Tolerância zero

Hoje fiz uma barberagem no trânsito as sete da manhã. Me distrai e atravessei o sinal amarelo numa rua larga, então fiquei parada meio que em cima da faixa. Tudo bem, mandei mal. Mas acho que não justifica um motociclista se esguelar pra me xingar com com cara de ódio aquela hora da manhã. Meu erro nao tinha nem impactado ele, mas ele ficou nervoso do mesmo jeito. Parece até que eu fiz de propósito. E me deixou nervosa, estressada e com medo de errar de novo. Antes mesmo de propriamente começar o dia.

Gente, cade a compaixão? Cade a crença no outro, a crença que as pessoas não fazem as coisas por mal e que as vezes erram, e que tudo bem. 

As pessoas tem tolerância zero pro erro dos outros. Sempre tiveram. Desde pequenos somos ensinados a acertar tudo. Na escola, o melhor aluno é o que tem as respostas corretas. Quem se arrisca a fazer algo diferente e falha é compensado com um boletim cheio de notas vermelhas e uma bronca dos pais.

Teoricamente a maioria de nós concorda que errar é humano, que só não erra quem não tenta, e quem não tenta não vai a lugar nenhum. Se ninguém arriscar, a humanidade fica empacada. Para cada receita gostosa, tem que haver 10 incomíveis. Para cada Picasso, tem que haver 100 pintores de quinta, pra cada Einstein, tem que haver 1000 cientistas frustrados, pra cada Google, tem que haver 10000 start-ups que nao decolaram. Se Pedro Alvares Cabral não tivesse arriscado um novo caminho pras Indias e errado, jamais teria descoberto o Brasil, que hoje comemora sua independecia. Porém na prática tem um zumbido eterno no nosso ouvido dizendo que errar é errado.

Assisti uma palestra no Ted do Sir Ken Robinson. Ele fala sobre a educação e como a estrutura atual do sistema limita a criatividade e de certa forma nos deseduca. Nos nascemos livres e adeptos das tentativas, mas somos castrados e deseducados a achar que errar é ruim, e passamos a limitar nós mesmos e aqueles ao nosso redor. Recomendo o video a todos, segue link abaixo. E viva o erro!