Saturday, November 10, 2012

Comunicando


Hoje fui assistir Lincoln, o filme novo do Steven Spielberg.
Apesar de eu só ter entendido mais ou menos 65% do filme pois eles usam um inglês que não se fala mais, gostei muito. 
Foi um pouco triste ver como as conversas do meu dia a dia são chatas e banais em comparação com aquela época. Qualquer papinho ali parecia importantíssimo, serio, profundo, uma beleza.
Mas o  que eu não consegui parar de reparar foi como os meios de comunicação mudaram, muitos avanços tecnológicos. A velocidade da informação, que naquela época ia por telegrama em caso de urgência, mas que na maioria das vezes era feita por parte de uma mensageiro que ia realmente (e não virtualmente) entregar a mensagem, era outra.
Me lembrei de quando eu era adolescente, antes do Facebook e ate do celular, que se um menino quisesse falar comigo, ele tinha que ligar pro telefone fixo da minha casa e correr o risco de ter que falar com a minha mãe, imagine só! Depois veio o celular sem "bina" e o suspense de quem tava ligando. A tecnologia foi avançando e me lembro quando as mensagens do dia seguinte vinham por orkut e eu achava tão estranho e impessoal. Estranho hoje é alguém bater na porta sem avisar, telefonar sem antes mandar mensagem por Facebook. Um amigo disse outro dia que o telefone aproxima quem tá longe a afasta quem tá perto, muita verdade.

Wednesday, September 26, 2012

Perdão


Hoje é o dia do perdão na religião judaica. É o dia de ficar de jejum, de deixar de lado as tarefas do dia a dia, e de refletir sobre o ano que passou. Dia de pedir perdão por coisas que nos arrependemos de ter dito ou feito.
Claro que tive meus momentos de perder a cabeça e fazer algo de que não me orgulho. Tive momentos de raiva, momentos de falar da vida alheia, momentos de inveja. E por eles peço perdão para aqueles ao meu redor.
Mas se reflito sobre os anos que passaram, chego a conclusão que tenho mais a pedir perdão pra mim mesma. Perdão por me boicotar, perdão por coisas não ditas ou por coisas não feitas por falta de coragem ou de ânimo. Perdão por exigir demais de mim mesma e nem sempre confiar no meu taco. Perdão por plantar na minha cabeça cobranças que eu acho que vem de fora, mas que no fundo são criadas por mim mesma. Perdão por muitas vezes não conseguir desligar o cérebro pra ouvir o coração. 
E como é difícil a gente se perdoar...
Nesse ano que se inicia eu espero me dar uma trégua. Me cuidar e me amar mais do que nunca, e dessa forma ficar mais livre e aberta pra cuidar, amar e perdoar os outros também.
Um ano doce e de descobertas pra todos, com muito amor e carinho.
G'mar Chatima Tova.

Thursday, August 16, 2012

O vestido



Estava eu provande um vestido na loja. Precisava de ajuste então chamaram a costureira. Ela alfinetou daqui e de lá e me mostrou como ía ficar. Porém avisou que ficariam aparecendo pequenas rugas no tecido.
Eu que já estava na dúvida, dei uma prensa na mulher (que por sinal era brasileira) e perguntei: mas você acha que vai ficar bom mesmo? ou vai ficar feio? essas inseguranças da pessoa que não tem uma irmã por perto pra ir junto comprar vestido de festa...
Mas enfim, a bahiana me responde que ía ficar bom, mas que se eu já estava sendo negativa e achando o contrario, era melhor eu não comprar. Não comprei.
Tudo bem que eu se fosse ela não falava isso, pois ela perdeu o serviço e eu acho que ela realmente acreditava que ficaria lindo. Mas esse episódio me fez pensar no seguinte: o quanto o pensamento positivo influencia o sucesso na nossa vida e consequentemente a nossa felicidade.
Não vou nem entrar na parte zen que pensamento positivo atrai energias positivas, pois sei que os mais céticos juram de pé junto que isso não faz sentido. Mas nesse caso, por exemplo, se eu comprasse o vestido mas ficasse cismada que o conserto não ía dar certo, não haveria Valentino pra deixar o vestido perfeito. Então não teria jeito de eu ficar feliz.
Eu sou  ótima pra fazer uma escolha e depois ficar me questionando. Coisa que não leva ninguém a lugar nenhum mas é dureza de mudar. Lição pra mim... E quem sabe pra alguns de vocês.

Friday, August 10, 2012

As versões da verdade


As vezes (muitas vezes) a gente acha que as pessoas estão mal intencionadas. Ja aconteceu com você? Mas pensa comigo:  você, normalmente, esta mal intencionado? Eu sei que eu não to. E se eu te conheço e você é meu amigo, eu acho que você também não esta. E você tem os seus amigos e família, que tem seus amigos e família e por aí vai. Pensando nessa lógica, no geral as pessoas não estão mal intencionadas.
Porém, mesmo assim, nós discordamos, brigamos e nos decepcionamos com pessoas que assumimos que tem boas intenções. Ou seja, as pessoas fazem coisas por que acham certo fazer, mas como nós achamos o certo diferente, ficamos chateados. E só pra enfatizar o ponto, quem fez o que fez normalmente acredita que esta fazendo o certo,  mas o certo de um claramente nao é o certo do outro. Daí as diferenças.
Enfim, to dando essa volta toda pra contar o que aconteceu outro dia.
Eu tava dirigindo pro trabalho (é, mais uma das minhas historias no transito de LA). Eram duas filas de carro na rua, eu tava na da direita. A fila da esquerda estava parada e a minha movendo bem devagar. Foi aí que um carro da fila da esquerda se jogou na frente do meu. Ele não colocou seta, e conforme mencionei, a fila dele tava parada, então foi literalmente aquela cena do cara virar toda a roda pra direita, se desenfiar do espaço que ele estava ocupando pra se enfiar na minha frente. Ele me pegou de surpresa e só freiei quando vi que ía bater, não deu tempo de parar antes. Ficou aquela situação dos dois parados, ele quase aqui, eu quase lá. Aí pronto, começou o stress. O cara me olhou com uma cara que me embrulhou o estômago, e antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, ele começou a me mostrar o dedo e fazer todos os sinais mais nojentos. Acabei deixando ele entrar na minha frente, e a orquestra de palavrões e gestos durou a eternidade que levou pro sinal abrir.  Eu fiquei chocada e com medo. O cara tava tão revoltado que eu podia vê-lo saindo do carro pra vir tirar satisfação comigo ali no meio do transito. Ou pior, pra me agredir. 
Mas enfim, pela reação do motorista frenético ficou obvio que ela se sentiu injustiçado e que ele tinha certeza que eu tinha feito a pior coisa do mundo. Tudo bem que o cara também deve ser nervozinho e ter um temperamento daqueles, mas imagino que se vocês ouvissem a historia da boca dele, a versão seria bem diferente. Cada um com a sua verdade.

Tuesday, April 3, 2012

A Separation



Fui assistir o filme "A Separation". Conta a historia de uma família que mora no Iran. A mulher quer se mudar pra outro pais em busca de uma vida melhor. O marido quer ficar e cuidar de seu pai que tem Alzheimer. A filha adolescente esta no meio e dividida. O filme é longo e intenso. A historia vai ficando cada vez mais enrolada e eu como espectadora tava angustiada pra chegar no fim e ver como tudo ia acabar. Quem era bom e quem era o vilão.

Pois pra minha decepção e surpresa fiquei sem saber. Esse é um daqueles filmes que não tem fim. Que não mostra quem tá certo ou errado nem um final justo e feliz.  No desenrolar dos 120 minutos novos fatos iam sendo desvendados fazendo a história cada vez mais complicada e amarrada eu ía mudando de opinião sobre quem era a vítima e quem era o culpado.  O filme é uma trama complicada que envolve doença, amor, pobreza, religião, duvida, crianças. Essas coisa tão presentes no dia a dia de todos mas que nem por isso são banais.

O filme mostra como cada um tem sua verdade, e que por mais que ela seja a SUA verdade ela não é mais verdadeira que a verdade do outro. Que por mais que as pessoas não estejam mal intencionadas elas podem fazer mal as outras. Que a vida não é preta e branca mas muitos tons de cinza.  Uma lição de tolerância e aceitação. 

Monday, April 2, 2012

Ilusion


Tava "surfando a net" e achei esse video que me tocou, portanto resolvi postar por aqui.
Eu que já sou fã da Marisa Monte não custei muito pra achar linda essa gravação. Mas gostei mais ainda porque a musica fala de fé. As vezes é difícil acreditar num sonho e achar que vai dar tudo certo. Eu sou craque em querer controlar  o destino, planejar cada passo e duvidar que as coisas darão certo e que o que parece impossível pode acontecer.
Enjoy! 


Monday, March 5, 2012

A voz do corpo


Meu professor de Yoga sempre fala da importância de observar nosso corpo e aprender com ele. Coisa obvia porem que muitos de nos ignoramos no dia a dia.

Esse final de semana ele falou de algo especifico que achei muito interessante: a inteligência do nosso sistema digestivo. Ele processa tudo que a gente coloca pra dentro e filtra o conteúdo. Assimila o que tem valor e coloca o lixo pra fora. E quando coloca pra fora ponto final, não tem volta. As vezes demora um pouco, um dia inteiro de ressaca pra expelir o álcool ou algumas visitas ao banheiro pra se livrar daquela comida que não caiu bem, mas eventualmente expele tudo e aquele monte de coisa que faz mal sai de uma vez por todas.

Nosso corpo faz isso desde que nascemos. Naturalmente.  Mas nossa cabeça não é tão objetiva. Nossa cabeça tem uma dificuldade enorme de separar o joio do trigo. De agarrar o que nos faz bem, as relações que nos fazem bem, as atividades que nos fazem bem, os pensamentos que nos fazem bem, e de deixar pra traz tudo que ocupa lugar na mente e não traz nada de positivo. O rancor, o sentimento de culpa, a duvida sobre o passado, a falta de amor próprio. Eu mesma sou óptima de ficar martelando pensamentos que me embrulham o estômago e não levam a lugar nenhum, de ficar remoendo discussões ou preocupações, fatos do passado ou coisas que não tenho mais como mudar.

É certamente mais fácil falar do que fazer, mas nosso corpo é sábio então vamos ouvir a voz da experiencia!

Friday, February 17, 2012

O ocidente no oriente


Singapura é uma doideira e o máximo. O lugar mais Ocidental do Oriente. É cheio de regras e de organização. É uma coleção de andaimes e tratores semeando construção e crescimento da cidade/pais em aterros sobre o mar. Eu fiquei num hotel dentro de um dos prédios mais incríveis que já vi. Cinquenta e tantos andares divididos em três torres envidraçadas, unidas no topo por um navio gigante que transborda uma infinita piscina infinita. Difícil imaginar? Dou uma ajudinha com as fotos abaixo. 


Singapura tem também uma ilha da fantasia, conhecida como Santosa. So faltava o Tatu. Um lugar lindo, água cristalina com ilhotas que separam o banhista do turbilhão de navios cargueiros que entram e saem espalhando riqueza. Tudo organizadíssimo, diversas linha de onibus com acesso grátis a todos os cantos da ilha. Tem também um parque de diversões, shopping, cinema e tudo que uma ilha da fantasia tem direito. Ate um bondinho tipo pão de açúcar pra transportar as pessoas entre Santosa e Singapura.

O esporte nacional do pais é Compras. São centenas de shoppings, um atras do outro. Onde fica a escola? no shopping. E o medico? no shopping. E a academia de Yoga? Ue, no shopping. Reza a lenda que as pessoas vão as compras de manha, andam, andam, andam. Quando não aguentam mais, param para uma massagem no pé dentro mesmo do shopping e começam tudo de novo. Não é a toa que lá esta a maior Louis Vitton do mundo, na beira do Rio, toda envidraçada e imponente.




Apesar do consumismo desenfreado sustentado pela classe alta, Singapura também é refugio e fonte de esperança pra muitos imigrantes de países pobres das redondezas que deixam família e passado pra traz e se mudam pra ilha em busca de uma vida melhor. Trabalham por uma merreca com muito poucos direitos e agradecem cada dia pela oportunidade. É uma abundância de mão de obra barata que da margem a regras duras para os trabalhadores e o medo constante do desemprego e risco de deportação.  

Enfim, adorei o lugar, a mistura de culturas e o desenvolvimento. O toque adicional foi a companhia dos amigos queridos Pat, Ed, Pipi e Henrique no final de semana que me acolheram e mostraram um pouquinho do dia a dia singapuriano. Voltarei!




Wednesday, February 8, 2012

Maquina do tempo

É muito louco esse negocio de voar. Saí de casa no sábado meia-noite e, 15 horas depois, era segunda 7 da manha. Em Hong Kong.
Não só "gastei" 15h da minha vida sentada numa cadeira de avião, como o domingo não existiu, evaporou. Que sensação esquisita de ter pulado um dia, de não ter vivido. 
Juntando essa viajem no tempo com o filme que assisti no avião, deu uma sensação ruim. O filme chama "One Day" qeu eu ja tinha lido o livro e recomendo. A historia é de um casal que se conhece quando adolescentes e tem um dia incrível. Mas por acasos, coincidências e muita falta de comunicação acabam passando por encontros e desencontros. O filme mostra aquele mesmo dia daquele mesmo mês ano após ano. A vida da voltas ate que é tarde demais pra eles ficarem juntos. 
Que medo de perder tempo e de ser tarde demais pra qualquer coisa.
Ainda bem que em duas semanas eu volto no tempo de novo e ganho minhas horas de volta!

Saturday, January 28, 2012

Paciencia e disposição

Pela terceira vez vou escrever um post de ano novo. O tempo voa e já fazem mais de dois anos que venho confidenciando meus pensamentos a vocês. Obrigada por me ler.

Na virada pra 2010 eu resolvi que não ia resolver nada. Em 2011 eu fiz a listinha de resoluções: cumpri a metade. Esse ano resolvi tentar algo diferente. Fiquei pensando no que eu acho fundamental pra aproveitar ainda mais o que a vida tem de melhor e com 100% de mim e decidi que 2012 será o ano da PACIENCIA e da DISPOSIÇAO.

Achei obvio focar na paciencia quando comecei a realizar o quanto a falta dela me faz mal. A ficha caiu quando estava no Rio nessas férias de final de ano. Na única vez que sai dirigindo fui a Barra. Tava parada num sinal movimentadíssimo (pros cariocas, esquina da Bartolomeu Mitre antes de virar pra pegar o túnel). Quando finalmente o sinal abriu e era minha vez de acelerar, o taxi na minha frente começou a andar a 5Km por hora. Antes de tentar entender o que estava acontecendo o sangue subiu e meti a mão na buzina. Acabei conseguindo sair de traz do "idiota" que obviamente só estava fazendo aquilo pra me irritar. Passei o sinal e quando dei uma olhada pelo retrovisor vi o pobre do motorista saindo do carro e empurrando pra um canto. O cara tava na maior má fase, com o carro quebrado no meio daquele pandemonio, e eu preocupada em não perder o sinal. Moral da história: eu fiquei estressada e me sentindo mal por ter sentido raiva do cara. Tudo por conta da falta de paciencia. Pronto, deicidio, foco nela.

O ano de 2011, especialmente o final dele, foi meio devagar. No trabalho as coisas ficaram mornas por meses e eu entrei numa de ver televisão demais, dormir demais, ficar no facebook demais. E quanto mais eu fazia isso, menos eu tinha vontade de fazer outras coisas e a preguiça imperou. O saldo foi uma sensação de tempo perdido. Portanto resolvi que esse ano também vou focar na disposição. Importante ressaltar que continua comprometida a assistir minha novela:)