Wednesday, April 6, 2011

Community or crowd?

Muitos de voces já devem ter visto o video abaixo que virou vírus na internet. Achei sensacional e um ótimo retrato do egoismo e também da esperança na humanidade.

Outro dia assisti uma palestra do Doug Ulman, um dos fundadores da LiveStrong Foundation (aquela ONG que suporta pacientes e sobreviventes de câncer e suas famílias). Ele tava contando sobre sua infância e como ele tinha sido criado nessa cidadezinha suburbana que era uma verdadeira comunidade. Segundo ele, a diferença entre uma comunidade e uma multidão (a community and a crowd) é que na multidão, as pessoas dão cotoveladas umas nas outras pra passar a frente e chegar primeiro. O sucesso pessoal no curto prazo é o maior objetivo. Já na comunidade, ou todas avançam juntas, ou ninguém anda.

Esse vídeo ilustrou com clareza como a mentalidade da maioria de nós é de multidão e não de comunidade. São muito poucas as pessoas que desviam da rota traçada, nem que por 3 segundos, pra fazer algo que nao traga um benefício imediato pra si. Não acho que seja por maldade ou preguiça, uma vez que jogar aquela garrafa no lixo levou literalmente 3 segundos e um gasto calórico total menor do que escovar os dentes. Qualquer um concordaria que não custa nada. Acho que é mais pela falta de senso de comunidade e noção que se não fui eu quem joguei no chão, nao sou eu que vou limpar. A menos que eu esteja sendo recompensado imediatamente por isso (como os garis) ou que a sujeira esteja atrapalhando meu caminho. É uma mentalidade egoista que infelizmente é enraizada nas nossass cabecinhas desde que somos crianças. Senso de que o que é meu é meu, e o resto, bom, o resto é responsabilidade dos “outros”. Mas quem são os outros se não cada um de nós?

Tive uma aula no MBA sobre non-market issues. Um dos casos que estudamos foi a comparação entre dois povoadas que eram abençoadaos por um lago. Num deles, o lago era de todos. No outro, o lago era privado.

O lago de todos rapidamente virou um depósito de lixo e cemitério de peixes. Ninguém se sentia responsável pelo longevidade daquele recurso crucial pra sobrevivência de todos e cada morador achava que se só ele usasse o lago como lixeira não teria problema. O problema esta no cada um, cujo coletivo é todos. Todos pensavam assim e após alguns anos cada um, ou todos, tiveram que arrumar outro lugar pra morar. O lago privado que tinha um dono capitalista olhando pelos seus interesses pessoais e lucro, e que portanto ditava as as regras, prosperou. Essa história sozinha poderia dar muito pano pra manga (alô estatais) mas não vou entrar em política porque, apesar do meu ultimo post, não é a minha praça. Deixo esse assunto pros outros, rs.

Mas como citei no começo do texto, esse flashmob “cabeça” também me passou esperança. Não sei quanto tempo demorou pra salvadora da pátria passar por ali e, sem querer, acertar a combinação do ticket premiado pra fama, mas o importante é que ela passou. E assim como ela, tem muita gente por aí tentando fazer desse mundo uma comunidade.


1 comment:

  1. Barbara, primeiro parabens pelo blog, voce leva jeito hein!

    Realmente parece simples pensar que o que não é de ninguem na realidade é de todos. Fico pensando se isso não podia ser mais reforçado se pudessemos ter mais representatividade nas decisões de como nossas comunidades/bairros são cuidadas.

    Enquanto isso, congrats para a nossa amiga que tirou o lixo e colocou no seu devido lugar!

    Valeu, bjs!

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